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Política

Trutis tenta de novo trancar inquérito e acusa "descarado abuso de autoridade"

Petição foi apresentada nesta semana ao STF e agora será avaliada pela ministra Rosa Weber

Marta Ferreira | 21/01/2021 16:10
Loester Trutis em foto publicada por ele exibindo pistola. (Foto: Reprodução das redes sociais)
Loester Trutis em foto publicada por ele exibindo pistola. (Foto: Reprodução das redes sociais)

A defesa do deputado federal Loerter Trutis (PSL/MS) fez nova tentativa no STF (Supremo Tribunal Federal) de trancar o inquérito do qual ele é alvo, por forjar atentado, em fevereiro 2020, e por manter em casa armas sem registro em seu nome, o que é vetado por lei.

Depois de entrar com habeas corpus em dezembro com esse mesmo intuito, sem êxito, o advogado Mario Panziera agora protocolou petição, nesta quarta-feira (20) acusando a Polícia Federal de “descarado abuso de autoridade” durante as apurações, que duraram 9 meses.  No documento, o representante de Trutis se queixa da demora na restituição de itens apreendidos.

O principal intuito é reaver pistola 9 mm que é do irmão de Trutis, Alberto Carlos Gomez de Souza, e tem registro. A petição atribui à PF atuação de "maneira equivocada” ao fazer a apreensão.

Diversos foram os pedidos de restituição promovidos por este patrono, todos protocolados junto a Superintendência da Policia Federal, e-mails encaminhados e sequer houve a dignidade em ter as devidas respostas, sempre sob o argumento do acumulo de serviço ou de informações desencontradas e/ou evasivas”, escreve o advogado.

Segundo a alegação, a devolução da pistola demorou mais de 30 dias. A peça processual afirma ter havido inclusive, informações desencontradas, como por exemplo o pedido para providenciar guia de transporte da arma, junto à própria PF, para depois relatar que a entrega seria no domicílio.

Palavras fortes – Para a defesa, os ”indiciados” (em aspas no texto original) sequer tiveram os seus direitos constitucionais preservados pela investigação. Diz o material que “houve produção de prova não requerida e não deferida por este Juízo,  o que a torna totalmente nula e ilícita”.

 Com essa exposição, o pedido da defesa é para que a investigação seja suspensa até julgamento de habeas corpus que tramita desde dezembro, com liminar já negada e a restituição de todas as armas apreendidas que tem registro. Foram encontradas a pistola já citada, um revólver e um Fuzil T4, sob a cama do parlamentar.

 O advogado também pede à ministra Rosa Weber, responsável pelo processo, a determinação à Superintendência da Polícia Federal para que proceda com a entrega de todos “os laudos, documentos, perícias técnicas, arquivos extraídos dos aparelhos celulares dos investigados.

Nos autos, constam explicações da Polícia Federal sobre os trâmites, entre elas a resposta de que seria devolvido aquilo quem não interessa mais à apuração,  caso da pistola 9 mm.

Pelo que foi protocolado, a data marcada para isso foi 15 de janeiro.

Andamento - Tornado público em 12 de novembro do ano passado, quando o deputado federal foi preso de manhã e solto à noite, o inquérito está na fase de depoimentos e produção de provas para a conclusão e envio ao STF. Além de Trutis, são parte pessoas próximas dele, que participaram de atentado a tiros forjado em fevereiro de 2020, segundo a PF, e também eram usados de “laranja” para que o deputado conseguisse ter armas. Réu em processo por Lei Maria da Penha, ele mesmo disse estar impedido de fazer o registro em seu nome

A petição protocolada ontem ainda vai ser analisada pela ministra que cuida do caso.

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