Turismo sustentável no Pantanal atrai atenção de Janja e pode inspirar ações
Em visita ao MS, primeira-dama ouviu pesquisadoras e defendeu diálogo sobre preservação e ecoturismo no bioma
Cumprindo agenda em Mato Grosso do Sul nesta quarta-feira (8), a primeira-dama do Brasil, Rosângela Lula da Silva, a “Janja”, conversou com pesquisadoras e cientistas de institutos de proteção e conservação do bioma e demonstrou interesse pelo turismo sustentável no Pantanal.
RESUMO
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A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, Janja, visitou o Instituto Tamanduá em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, onde discutiu iniciativas de turismo sustentável no Pantanal. Acompanhada das ministras Sônia Guajajara e Simone Tebet, ela se reuniu com pesquisadoras de projetos de conservação da fauna pantaneira. O encontro faz parte das atividades preparatórias para a COP30, com foco em questões de gênero, direitos humanos e igualdade racial. As discussões abordaram a conexão entre mudanças climáticas e preservação ambiental, destacando o protagonismo feminino na conservação do bioma pantaneiro.
Segundo as especialistas, Janja e as ministras Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Simone Tebet (Planejamento) se mostraram particularmente atentas às iniciativas locais que conciliam preservação ambiental, protagonismo feminino e geração de renda.
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O encontro, sediado no Instituto Tamanduá, em Campo Grande, reuniu representantes de projetos de conservação da fauna pantaneira, como Ariranha, Arara Azul e Anta Urbana. Enquanto Janja esteve no local, a imprensa não pôde acompanhar, mas a reportagem conseguiu falar com as pesquisadoras.
A presidente do Projeto Ariranhas, Caroline Leuchtenberger, afirmou que a visita foi um ponto de virada. “Foi muito importante reunir quem está na conservação com quem decide as políticas públicas. É um momento raro de escuta mútua. As quatro instituições apresentaram cenários preocupantes, mas complementares, o que deu uma visão mais ampla da situação do Pantanal”, relatou.
Segundo Caroline, o tema do turismo sustentável chamou a atenção da comitiva. “Falamos muito sobre o turismo e senti que isso despertou interesse real. Espero que vá para a mesa de discussões e resulte numa política voltada a um turismo mais responsável, antes que a gente perca o controle da situação”, disse.
A coordenadora do Instituto Tamanduá, Flávia Miranda, explicou que a visita faz parte de uma série de ações preparatórias para a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), com foco em ouvir mulheres que atuam diretamente nos biomas brasileiros.
“É a primeira COP do mundo que traz um olhar cuidadoso sobre gênero, direitos humanos, igualdade racial e periferia. As três representantes — Denise Dora, Juliana Bernec e a primeira-dama Janja — estão viajando por todos os biomas para entender como a questão climática se conecta com esses temas. No Pantanal, quiseram conhecer essa realidade pela perspectiva das mulheres”, afirmou.
Flávia lembrou que o grupo também buscou homenagear as cientistas e ambientalistas que dedicam a vida à proteção da biodiversidade. “Diante da morte da Jane Goodall, nós falamos das nossas ‘Janes’ brasileiras, as mulheres que lideram a conservação no Pantanal”, acrescentou.

Luciana Leite, da Environmental Justice Foundation, reforçou que o encontro marcou um diálogo importante entre diferentes frentes de pesquisa e conservação. “O Instituto Tamanduá está completando 20 anos e atua em todos os biomas, mas o foco é o Pantanal. Trouxemos parceiros de outros projetos para discutir a biodiversidade, porque muito se fala em clima, mas pouco se fala na vida que ele sustenta”, destacou.
Para Flávia Miranda, a principal conquista foi abrir um canal de diálogo. “Receber tomadores de decisão — uma primeira-dama e duas ministras — é um passo importante. Independente de partidos, o essencial é construir políticas públicas pelo bem maior, que é o Pantanal”, concluiu.
No período da tarde, Janja participa de uma reunião do projeto Vozes dos Biomas, que integra as atividades preparatórias da COP30. O projeto é conduzido pelas enviadas especiais da COP30 — Janja Lula da Silva (mulheres, igualdade racial e periferias), Jurema Werneck (direitos humanos) e Denise Dora (transição justa) — e tem como objetivo ouvir populações locais e lideranças regionais para construir propostas de transição climática justa, com equidade racial e protagonismo feminino.
O encontro desta tarde será realizado no campus da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e representa a etapa dedicada ao bioma Pantanal. Cada bioma brasileiro tem uma escuta específica, e as conclusões serão reunidas em cartas com propostas práticas a serem entregues à Presidência da COP30, prevista para novembro de 2025, em Belém (PA).
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