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Reportagens Especiais

Com 4 estações ao dia, Capital provou em 2018 que nem todo outono é igual

Quente ou fria, seca ou úmida, somente os filhos da Cidade Morena podem reclamar de sua bipolaridade do clima

Danielle Valentim | 30/12/2018 08:24
Entre calorão e até dia chuvoso, o tereré não falta na vida do campo-grandense. (Foto: Marina Pacheco)
Entre calorão e até dia chuvoso, o tereré não falta na vida do campo-grandense. (Foto: Marina Pacheco)

Seja outono, inverno, primavera ou verão, Campo Grande agora é cidade onde os moradores experimentam as quatro estações em um mesmo dia. Em 2018, além das mudanças repentinas, a Capital enfrentou a intensidade desses períodos: debaixo d´água, com estiagem máxima, a secura dolorida e o frio intenso.

A chamada dessa retrospectiva faz referência ao trecho da música Quatro Estações, lançada pelos irmãos Sandy e Júnior, em 1999. O verso retrata o ciclo do ano de forma graciosa: “No outono é sempre igual, as folhas caem no quintal (sic)”. Parece cena de filme americano, mas em Campo Grande, as folhas se queimaram antes de tocar o chão.

Apesar da normalidade, poucos vão lembrar que as chuvas do começou do ano seguiram até o terceiro mês, quando: "as águas de março fecham o verão" (Tom Jobim - 1972). Mas em uma passagem de estação diferente e sem meio termo, a umidade saudável foi derrubada por uma forte estiagem, com a chegada do outono.

Durante todo o ano, o Campo Grande News reportou essas situações.

Tempo fechando anunciando chuva. (Foto: Henrique Kawaminami)
Tempo fechando anunciando chuva. (Foto: Henrique Kawaminami)
Secura, calor e muita água para aguentar o clima. (Foto: Henrique Kawaminami)
Secura, calor e muita água para aguentar o clima. (Foto: Henrique Kawaminami)

No período mencionado, em que a cidade deveria registrar temperaturas amenas, a umidade relativa do ar despencou para níveis críticos e a falta de chuvas castigou o campo-grandense, com uma média de 70 dias de estiagem. Segundo o Cemtec (Centro de Monitoramento de Tempo e do Clima), o fenômeno ocorre quando um local fica dez dias seguidos sem chuva.

Entre sofrimento e muito tereré (bebida refrescante típica de MS), o campo-grandense ainda encontrou tempo para transformar o "clima bipolar" da Capital em piada. Em montagens de páginas de humor do Facebook, memes colocaram pessoas agasalhadas às 6h e com o corpo em chamas ao meio dia. Em outra imagem, publicação retratou a ocorrência de chuvas aleatórias, com o sol brilhando às 8h e bairro sob enchente às 10h, do mesmo dia.

(Foto: Reprodução/Facebook)
(Foto: Reprodução/Facebook)
(Foto: Reprodução/Facebook)
(Foto: Reprodução/Facebook)

O campo-grandense reclama, ameaça se mudar, mas não aceita críticas de quem é de fora, afinal, só quem nasce aqui pode criticar.

Mas voltando à retrospectiva, é válido lembrar que as mudanças continuaram e pouco tempo depois, a chegada de agosto surpreendeu. Conhecido como um mês seco e de muita poeira, o ciclo se despediu da estiagem do outono e começou com três dias seguidos de temporal. Foi um alívio na secura, mas também causou estragos e alagamentos pela cidade.

Dentre tantas alterações, vale lembrar que desde o início da primavera, no dia 22 de setembro, Campo Grande enfrenta um misto de chuva e calor intenso. Enquanto de um lado sensações térmicas se aproximam dos 40°C, do outro a quantidade de água vinda do céu reduziu a ocorrência de incêndios e queimadas.

Céu com nuvens espaçadas pela manhã, nos Altos da Avenida Afonso Pena. (Foto: Paulo Francis)
Céu com nuvens espaçadas pela manhã, nos Altos da Avenida Afonso Pena. (Foto: Paulo Francis)

Bem estar e economia - Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o acumulado de chuva do fim de agosto e início de outubro refletiu positivamente na redução dos incêndios e queimadas. Nos primeiros 10 dias do mês, foram registrados 38 casos no Estado, uma queda de 77%, com relação ao mesmo período em 2017.

Além do bem estar sem fumaça no ar, a população de Campo Grande e demais cidades do Estado perceberam um custo adicional menor na conta de luz, devido às chuvas dos meses anteriores.

Apesar da prevista queda na fatura, a presidente do Concen (Conselho dos Consumidores da Área de Concessão da Energisa-MS), Rosimeire Costa chamou a atenção para a entrada do horário de verão e orientou sobre a economia com o ar-condicionado.

Região do Aeroporto Internacional de Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Região do Aeroporto Internacional de Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
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