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Saúde e Bem-Estar

Casos de ansiedade entre trabalhadores aumentam 49% em MS

Doença é a principal causa de afastamentos temporários por transtornos mentais no Estado

Por Kamila Alcântara | 13/03/2025 16:18
Casos de ansiedade entre trabalhadores aumentam 49% em MS
Imagem ilustrativa de jovem durante momento de tensão no ambiente de trabalho (Foto: Juliano Almeida)

A ansiedade segue como o principal motivo de afastamento temporário por transtornos mentais e comportamentais no trabalho. Em Mato Grosso do Sul, os casos cresceram 49% de 2023 para 2024.

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Os casos de afastamento do trabalho por ansiedade cresceram 49% em Mato Grosso do Sul entre 2023 e 2024, segundo dados do Ministério da Previdência Social. O número saltou de 1,6 mil casos em 2023 para 2,5 mil no ano passado, liderando as estatísticas de afastamentos por transtornos mentais e comportamentais no estado. Ao todo, foram registrados 8.386 afastamentos por diferentes condições psicológicas, incluindo depressão, transtorno bipolar e estresse. Uma bancária de 28 anos relatou que a pressão por metas inalcançáveis e reuniões ameaçadoras a levaram a desenvolver crises de ansiedade com sintomas graves, resultando em afastamento médico. Especialistas alertam para a necessidade de ambientes de trabalho mais acolhedores e da busca por ajuda profissional ao primeiro sinal do transtorno.

Nesta semana, o MPS (Ministério da Previdência Social) informou ao Campo Grande News que o Estado registrou 8.386 afastamentos por doenças classificadas no CID-10, incluindo ansiedade, episódios depressivos, depressão recorrente, transtorno bipolar, uso de álcool e drogas, estresse de adaptação, esquizofrenia e transtornos de personalidade.

Entre esses transtornos, a ansiedade lidera os afastamentos. Foram 1,6 mil casos em 2023 e 2,5 mil no ano passado.

Segundo a psicóloga Lóren Lohana Dutra Barbosa, estudos já apontavam mudanças sociais que impactavam o mercado de trabalho antes mesmo da pandemia. "Isso colocou as empresas diante de um dilema: adaptar-se e criar ambientes mais acolhedores ou manter o mesmo ritmo e adoecer junto com os colaboradores", explica.

O impacto dessa realidade levou ao afastamento de uma bancária de Campo Grande, de 28 anos, que entrou na Justiça contra a empresa e pediu para não ser identificada.

Ela conta que sempre soube da pressão da profissão, mas o fechamento de agências na pandemia tornou as metas inalcançáveis. "O lucro do banco só cresce a cada ano. Já houve até casos de o MPT (Ministério Público do Trabalho) fechar agência por más condições. As reuniões com os superiores eram ameaçadoras", relata.

O quadro emocional piorou até que, um dia, ela precisou de atendimento médico. "Chorava escondida, achando que era só estresse ou fraqueza. Até que fui parar no hospital com uma crise de ansiedade: vômitos, taquicardia, perda de visão. Fui ao psiquiatra e afastada imediatamente. Na época, quatro colegas do meu setor também foram afastados por questões psicológicas. Éramos 11. Sempre nos apoiamos, porque todos sofremos muito", desabafa.

A enfermeira Marcele Couto, de 35 anos, convive com a ansiedade desde a infância e reforça a importância do tratamento. "Demorei anos para entender por que sou ansiosa, mas percebi que podia melhorar com força de vontade e insistência. Ansiedade é o transtorno de saúde mental que mais afeta as pessoas. Por isso, sempre digo: procure ajuda profissional o mais rápido possível. O autoconhecimento ajuda a evitar crises fortes", orienta.

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