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Saúde e Bem-Estar

Vacina brasileira contra dengue começa a ser aplicada em janeiro

A imunização terá início pela proteção de profissionais da atenção primária

Por Ângela Kempfer | 09/12/2025 14:09
Vacina brasileira contra dengue começa a ser aplicada em janeiro

O Ministério da Saúde apresentou, nesta terça-feira (9), as diretrizes para o uso da nova vacina contra a dengue, primeiro imunizante de dose única produzido integralmente no Brasil pelo Instituto Butantan. As 1,3 milhão de doses já fabricadas serão destinadas aos profissionais da Atenção Primária, que atuam nas Unidades Básicas de Saúde e em visitas domiciliares, conforme recomendação da Câmara Técnica de Assessoramento de Imunização CTAI. A previsão é de imunização a partir de janeiro de 2026.

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O Ministério da Saúde anunciou que a primeira vacina brasileira contra dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan, começará a ser aplicada em janeiro de 2026. O imunizante de dose única, que demonstrou eficácia de 74,7% contra casos sintomáticos, terá inicialmente 1,3 milhão de doses destinadas aos profissionais da Atenção Primária.A expansão da vacinação para o público geral ocorrerá gradualmente, começando por pessoas com 59 anos ou mais. O aumento da produção será viabilizado através de parceria com a empresa chinesa WuXi Vaccines. O SUS também oferece outra vacina contra dengue, de origem japonesa, destinada a adolescentes de 10 a 14 anos.

Durante o anúncio, o ministro Alexandre Padilha ressaltou a necessidade de proteger quem lida diretamente com os primeiros atendimentos de dengue. Segundo ele, a produção do Butantan permitirá iniciar rapidamente a imunização dos profissionais da linha de frente.

Com a ampliação da capacidade produtiva, o ministério pretende estender a campanha ao público geral, começando pelos adultos mais velhos, a partir dos 59 anos, e avançando progressivamente até os 15 anos. O aumento da oferta será possível a partir da parceria entre o Butantan e a empresa chinesa WuXi Vaccines, responsável por ampliar a produção e realizar a transferência de tecnologia.

A CTAI definiu o público prioritário com base em critérios técnicos e no perfil epidemiológico nacional. O grupo analisou o tema em reunião realizada em 1º de dezembro.

Mato Grosso do Sul contabiliza 14.023 casos prováveis de dengue e 8.384 confirmações em 2025, além de 18 mortes e 7 óbitos em investigação, segundo boletim da SES referente à 49ª semana epidemiológica. Nos últimos 14 dias, cinco municípios tiveram baixa incidência de casos confirmados, e as mortes registradas ocorreram em 16 cidades, sendo que 7 vítimas tinham comorbidades.

O ministério também reservou parte das doses para uma estratégia específica em Botucatu (SP), que servirá como área de estudo para medir o impacto da vacinação em massa na dinâmica da doença. No município, a imunização deve começar mais rapidamente entre pessoas de 15 a 59 anos.

A expectativa é de que adesão entre 40% e 50% já produza impacto significativo no controle da dengue. Outros locais com predominância do sorotipo DENV-3 também poderão integrar a estratégia.

A vacina do Butantan demonstrou eficácia de 74,7% contra dengue sintomática em pessoas de 12 a 59 anos e de 89% contra formas graves e com sinais de alarme, segundo estudos apresentados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa, que concedeu o registro ao imunizante na segunda-feira (8).

O Sistema Único de Saúde oferece ainda outra vacina contra a dengue, produzida por um laboratório japonês e aplicada em duas doses, indicada para adolescentes de 10 a 14 anos. Desde 2024, quando o Brasil passou a oferecer o imunizante, mais de 7,4 milhões de doses foram aplicadas. O Ministério da Saúde garantiu 9 milhões de doses para 2026 e previsão de outras 9 milhões para 2027.