Jogo de futebol comemora a vida de transplantados em Campo Grande
Pacientes, médicos e profissionais da saúde participam de partida no Hospital Adventista do Pênfigo.

Depois de 3 anos e 9 meses de tratamento e um transplante de fígado, o músico Gemeel Antônio de Araújo Silva, de 63 anos, voltou a calçar as chuteiras e disputou uma partida de futebol. Desta vez, a motivação foi além de um simples entretenimento. Silva participou do “Jogo pela Vida”, evento realizado, neste domingo, no Hospital Adventista do Pênfigo, em Campo Grande, em alusão ao Dia Nacional da Doação de Órgãos.
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O "Jogo pela Vida", realizado no Hospital Adventista do Pênfigo em Campo Grande, celebrou a vida de transplantados, como o músico Gemeel Antônio de Araújo Silva, que, após um transplante de fígado, participou da partida. O evento, que reuniu 45 jogadores, teve como objetivo promover a doação de órgãos e demonstrar a recuperação possível após o transplante. A médica Marília Bittencourt Espíndola, idealizadora do evento, destacou a importância de mostrar à sociedade que a vida pode ser retomada após um transplante. O hospital, que realizou 51 transplantes de fígado em 2023, reforçou que a doação de órgãos é essencial para esses procedimentos. A iniciativa busca inspirar e celebrar a vida dos pacientes e a colaboração entre profissionais de saúde e transplantados.
A iniciativa inédita no Estado reuniu cerca de 45 jogadores, entre pacientes transplantados, médicos, enfermeiros e funcionários do hospital, além de integrantes da ONG Fratello e representantes da Central Estadual de Transplantes. O objetivo foi dar visibilidade à importância da doação de órgãos e mostrar que é possível retomar a vida com qualidade após um transplante.
O que está valendo é a participação. Me sinto feliz por estar aqui hoje, ver a situação em que eu me encontrava e hoje poder disputar uma partida de futebol”, comemorou Gemeel, que atuou como goleiro no time da ONG Fratello. A equipe venceu a Central Estadual de Transplantes por 3 a 2.

Transplantado há dois anos e nove meses, ele contou que chegou a ter 75% do fígado comprometido e passou quase quatro anos em tratamento antes da necessidade de fazer a cirurgia. “Tempos atrás eu estava em uma situação de muita fragilidade”, afirmou.
Em apoio ao marido, a esposa Zenaide Aparecida Lima Pereira também entrou em campo como goleira da Fratello.
Inspiração - A médica Marília Bittencourt Espíndola, presidente da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do Pênfigo, foi a idealizadora do evento. Natural de Porto Alegre (RS), ela trouxe a inspiração da Santa Casa da Capital gaúcha, que já realiza atividades semelhantes.
“Nada melhor do que mostrar para a sociedade que a pessoa transplantada volta à vida e consegue jogar, por exemplo, uma partida como a de hoje. O transplante devolve uma vida maravilhosa para o paciente”, destacou.
Reencontro - Para o médico Gustavo Rapassi, 35 anos, chefe da Unidade de Transplante de Fígado, a partida foi também um momento de celebração entre profissionais de saúde e pacientes.
“É um dia de festa pra lembrar de todo mundo que já passou por aqui. Ver que eles estavam um tempo atrás entre a vida e a morte e agora jogando com a gente é uma satisfação enorme”, disse.
Ele espera que a iniciativa se repita em 2026 e reúna ainda mais participantes.
Transplantes em MS - Somente no primeiro semestre deste ano, o Hospital Adventista do Pênfigo realizou 51 transplantes de fígado, consolidando-se como única instituição de Mato Grosso do Sul a realizar o procedimento. O transplante hepático substitui um fígado doente por um saudável e pode ser a única alternativa para pacientes em estágio avançado de doenças como a cirrose.
A assessoria do hospital reforçou que o jogo é simbólico, mas com grande valor para a sociedade. “Quando falamos de transplante, não podemos deixar de falar de doação de órgãos. Não existe transplante sem doação”, informou a assessoria.
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