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Educação e Tecnologia

Jovem de MS é premiado na maior feira de ciências do mundo

Luiz foi premiado pelo projeto "Hermes Braindeck: uma interface cérebro-computador para comunicação com pacientes inicialmente classificados como comatosos ou vegetativos"

Amanda Bogo | 23/05/2017 17:14
Luiz mostra dispositivo premiado em feira internacional (Foto: Reprodução/ Febrace)
Luiz mostra dispositivo premiado em feira internacional (Foto: Reprodução/ Febrace)

Luiz Fernando da Silva Borges, 18 anos, foi o segundo colocado na categoria engenharia biomédica da Intel ISEF (sigla para Feira Internacional de Ciência e Engenharia), maior feira pré-universitária de ciências do mundo. O rapaz é natural de Aquidauana, distante 135 km de Campo Grande.

O evento aconteceu semana passada em Los Angeles, na Califórnia. Luiz venceu com o projeto "Hermes Braindeck: uma interface cérebro-computador para comunicação com pacientes inicialmente classificados como comatosos ou vegetativos".

"Vem da iniciativa de criar um dispositivo capaz de ler de forma não invasiva atividade cortical de pessoas inicialmente classificadas em estago vegetativo e comatosos. Ele envia essas atividades para um computador em uma unidade de processamento e traduz, fazendo com que esse programa converta atividades cerebrais em respostas", explica Luiz.

O processo é desenvolvido por meio de uma touca com vários eletrodos de prata que capturam a atividade elétrica cortical em tempo real.

“Quando você imagina que está movimentando a mão direita mas não faz isso, uma área do cérebro é ativada mais do que a outra. Um programa de computador pode ser facilmente treinado para fazer isso e a modulação é muito simples. Eu falo para pessoa 'se quiser responder que sim, imagine que você está movimentando sua mão direita', então o computador ou outro dispositivo reconhece o padrão e transforma na resposta de sim ou não e até mesmo soletrar palavras que aparece na tela”, detalha Luiz.

O cientista afirmou que o projeto é 100% original e foi testado em um grupo de 24 pessoas saudáveis. O teste com pacientes comatosos ou vegetativos deve ser realizado pela primeira vez na Santa Casa de Campo Grande, porém sem data definida para que isso ocorra. “Por questões éticas o primeiro teste foi feito com pessoas saudáveis e todos foram capazes de se comunicar sem realizar um movimento de músculo”.

De acordo com o site Tecnmundo, a competição reuniu 1,8 mil jovens que foram selecionados entre 425 feiras afiliadas em 78 países. Pela conquista, o sul-mato-grossense recebeu U$1,5 mil, ou R$ 4,9 mil.

Software para amputados - Esse não é o primeiro projeto desenvolvido pelo rapaz. Aos 17 anos, Luiz criou um método que aproveita a "síndrome do membro fantasma", que atinge 80% dos amputados e faz com que quem perdeu um membro ainda sinta ele, para fazer com que os sinais musculares coletados sejam enviados para um programa de computador que o transforma em comando motores, ampliando a sensibilidade de quem tem uma prótese no lugar da mão.

Os sinais musculares por meio de dispositivo preso ao coto do amputado são captados e enviados para o programa desenvolvimento por Luiz, sendo traduzido em movimentos em ângulos das dez articulações da mão. O trabalho deu ao jovem o 1º lugar na Feira Internacional de Ciência e Engenharia, em Phoenix, no Estado norte-americano do Arizona.

Vídeo - Abaixo você confere um vídeo produzido por Fernando onde ele explica como funciona o projeto premiado. 

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