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Capital

Campanha reduz mortes, mas conter imprudência ainda é o maior desafio

Flávia Lima | 06/05/2015 10:45
Integrantes do Movimento Maio Amarelo entregam fitinhas aos motoristas pedindo paz no trânsito. (Foto:Marcelo Calazans)
Integrantes do Movimento Maio Amarelo entregam fitinhas aos motoristas pedindo paz no trânsito. (Foto:Marcelo Calazans)

Desde sua criação em 2011, o Movimento Maio Amarelo - campanha internacional que visa redução de acidentes – registrou uma queda de 15% no número de óbitos no trânsito de Campo Grande nos últimos quatro anos. Na primeira edição da campanha, a Capital computava 132 mortes ocasionadas por acidentes. Já ano passado, os números caíram para 112 mortes.

Apesar de comemorarem os índices, as autoridades do setor que coordenam o Movimento na Capital ressaltam que não pode haver trégua nas campanhas de conscientização, já que muitos condutores ainda insistem em cometer infrações. Segundo o comandante do Batalhão de Polícia de Trânsito, tenente-coronel Renato Tolentino, o maior problema registrado no trânsito são os motociclistas sem habilitação. “Essas pessoas que não tem qualquer orientação são as que mais causam acidentes”, explica.

Entre as infrações cometidas, a principal são as famosas “fechadas”, praticadas tanto por motociclistas quanto para o motoristas, que, devido a pressa, obstruem a passagem de um veículo, gerando uma colisão. Na opinião do tenente-coronel, de modo geral os motoristas estão mais conscientes da gravidade de dirigir adotando uma postura imprudente, mas destaca que para manter a redução nos números de vítimas é preciso continuar com as campanhas, intensificadas em pontos considerados críticos da Capital, onde a maioria dos acidentes são registrados, como as avenidas Gury Marques, Afonso Pena, Júlio de Castilho, Duque de Caxias e Rua da Divisão.

A prova de que essas operações surtem efeito positivo são os 700 veículos guinchados só no mês de março na Capital. Muitos caíram em blitz nos altos da Afonso Pena, onde é comum a prática de rachas. Para amenizar o problema na área, Tolentino revela que a administração municipal vem realizando um estudo recente com autoridades de trânsito para proibir o estacionamento e até mesmo interditar uma das pistas da Avenida, nos finais de semana, para que o local seja utilizado pela população que frequenta o Parque das Nações Indígenas. “Tudo ainda é muito recente e está em estudo, mas o importante é que toda a sociedade deve se mobilizar para ajudar na solução de um problema”, diz.

A chefe da Divisão de Educação da Agetran (Agência Municipal de Trânsito), Ivanise Rotta concorda com a intensificação das campanhas e também observa a mudança de comportamento dos motoristas. “Hoje eles pedem essas ações e cobram do governo porque quem sofre um acidente no trânsito afeta a vida de uma família inteira, sem falar na própria saúde que pode ficar comprometida para sempre”, afirma.

Para o eletricista Enoque Campos Filho, as ações de conscientização deveriam acontecer diariamente. Ele conta que nunca sofreu um acidente, mas tem receio porque, segundo ele, nem todo motorista tem a mesma preocupação com a segurança. O militar Camilo Rocha Souza compartilha do mesmo pensamento. “É preciso chamar a atenção mesmo porque muitas vezes dirigimos pelos outros”, enfatiza.

O também militar Narcísio de Oliveira Paixão diz que é fundamental a iniciativa do governo em relação a educação no trânsito, mas que precisaria haver mais rigor nas punições que, na sua opinião acabam favorecendo os infratores.

Ações - Durante a manhã desta quarta-feira o Movimento Maio Amarelo realiza panfletagem e abordagem educativa no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua 25 de Dezembro, região central. Segundo Ivanise Rotta, as ações reúnem profissionais de 39 órgãos ligados ao trânsito, governos e sociedade civil. 

No próximo domingo, haverá missa na igreja Perpétuo Socorro, com a presença de famílias vítimas ou que perderam parentes em acidentes de trânsito. No próximo dia 12, terça-feira, as ações se concentram na Rua 14 de Julho, onde o grupo vai "estacionar" cadeiras de rodas em vagas não destinadas aos deficientes como forma de alertar sobre a necessidade de respeitar as vagas direcionadas aos cadeirantes.

As blitze e abordagens continuam nas principais vias da Capital, incluindo os bairros.

Ações são realizadas nas principais vias da Capital. (Foto:Marcelo Calazans)
Ações são realizadas nas principais vias da Capital. (Foto:Marcelo Calazans)
O militar Camilo Souza apóia a iniciativa, mas acredita que motoristas ainda abusam da imprudência. (Foto:Marcelo Calazans)
O militar Camilo Souza apóia a iniciativa, mas acredita que motoristas ainda abusam da imprudência. (Foto:Marcelo Calazans)
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