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O “dia-bólico” no indigenismo?

Por Valfrido M. Chaves (*) | 24/05/2011 11:12

A questão indígena em MS arrasta-se semeando tragédia para muitos e lucros para poucos, conforme programação dos responsáveis pela mal dita política indigenista brasileira. Foi uma herança maldita que Lula recebeu do FHC e que, volto a frisar, para infelicidade de muitos e lucros para poucos, prossegue com mesmíssima maldição no governo atual.

Trata-se de uma programação do mal, desintegradora de pessoas e do conceito de Nação que apenas ideológicos e beneficiários não vêem... Todos são testemunhas de que a política indigenista é uma máquina de moer tanto carne quanto almas nas aldeias de Dourados e fronteira. Aqui a droga, cachaça, prostituição campeiam e a criminalidade chega a ser 800% maior que no restante da população.

Os suicídios se alastram e os suicidamentos são um segredo, pois sua divulgação não seria politicamente correto. A população indígena é condenada ao ócio, que é o caldeirão do diabo, pois recebem educação de quinta classe e ausência de treinamento para se inserirem no mercado de trabalho com dignidade, conforme desejam.

Todos eles querem os benefícios da civilização, mas, como disse-me há pouco uma índia, “não ensina nós trabalhá porque disque vai acabá com a cultura”. Quando lhe perguntei “que cultura?”, ela ironicamente devolveu a indagação: “Droga? Cachaça?” Lembro-me aqui, Leitor, de um velho cacique em Cuiabá gritando no microfone, para autoridade nenhuma ouvir: “Índio não quer cultura de barriga vazia, quem quer miséria do índio é ONG que pega dinheiro no estrangeiro e que nunca chega para o índio”

Mas o que vemos como fracasso da política indigenista, pela infelicidade que dissemina nas comunidades, pode ser um sucesso para os que a comandam, pois mantêm seus empregos, recebimento de verbas e recursos cujos resultados são motivo de escândalo e repulsa.

Para alguns renegados, índio bom é aquele sem preparo para o trabalho, dependente desacolão, pronto para violar direitos alheios, quando bem manipulado para isso. A falta de terra e a proximidade com os não-indios torna-se o bode expiatório, desculpa para a tragédia.

Invasões promovidas com recursos estrangeiros, violação de direitos constitucionais e humanos de proprietários rurais que são jogados no lixo, acontecem, com a cumplicidade de autoridades que confundem “defesa do índio”, com “acobertamento de crimes praticados por índios”. Ações de puro terrorismo, como morticínio de gado, são cinicamente justificados por pretensos guardiães da Constituição, como “crime famélico”. Ou seja, crime para matar a fome.

Reintegrações de posse límpida e constitucionalmente justificadas, são mecanicamente contestadas pelos senhores que, como disse, confundem defesa de direitos, com acobertamento de crime. Já estaria valendo o turvo conceito de que “retomada não é invasão”, como se "O Estado e a revolução", de Lênin, já tivesse mais peso que a Constituição brasileira?

Nas aldeias em torno do distrito de Taunay, embora nelas as famílias estejam mais preservadas, a tragédia avança, com gangs, morte com retalhamento de corpos, assistencialismo e ociosidade. Não há uma escola agrícola ou técnica.

Há pouco um jovem índio, capacitado para o trabalho, compartilhou conosco sua preocupação: “Seu Valfrido, não consigo arrumar namorada na aldeia, porque sou trabalhador e quero casar. A moça sabe que se casar vai ter que trabalhar e elas preferem aqueles que ficam andando de bicicleta, fumando maconha, bebendo. É só a farra e "até logo”.

É o resultado da cultura do ócio, Leitor, o caldeirão do diabo, promovido pelo indigenismo oficial e internacional que o cabresteia, que consideram a integração étnica e cultural da qual nos orgulhamos, como um câncer para nossos índios. Câncer, leitor, é quem crê que “o conflito é o motor da História”; que empenha-se na criação de “nações” em vastas “áreas contínuas”, sobretudo em nossas fronteiras, de Roraima a Antônio João; quem cultiva conflitos, desunião e manutenção do problema.

Querem ver? Vejam a irritação desses senhores quando se fala em, simplesmente, comprar terra para os índios, colocando uma “pá de cal” no conflito, acabando com laudos, verbas para invasão, congressos no exterior, visitas a reis e rainhas, até para promover bloqueio internacional às exportações nas quais somos imbatíveis, graças a uma produção agropecuária competente e sustentável.

Mas o que ainda pode ser dito que não seja conhecido por quantos não tenham viseira ideológica ou aquele “mau olhado” de Caín sobre as oferendas de Abel, aceitas por Deus? Lembraria ainda, leitor, que “mau olhado” em latim é “envideo”, origem de “Invídia” no espanhol e “inveja” em português.

Finalizando, perguntaria: até quando o “dia-bólico”, sinônimo de conflito e separação, vergonhosamente, comandará as ações da Funai, a cabresto do indigenismo internacional, cujos objetivos apenas seus acumpliciados de "mau-olhado", holerite, ideologia ou de sacristia, fingem não saber? Até quando veremos dinheiro público e internacional usados para infelicitar, desunir, conflitar, jogando brasileiros contra brasileiros? Não é o triunfo do dia-bólico?

(*) Valfrido M. Chaves é psicanalista e pós graduado em Políticas e Estratégia. vmcpantaneiro@terra.com.br

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