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Política de saúde versus disputas eleitorais

Álvaro Gradim (*) | 26/01/2021 07:02

O início da vacinação contra a Covid-19 resulta de imenso esforço dos servidores de organismos estaduais, municipais e federais, a começar pelos profissionais e pesquisadores dos institutos Butantan e Fiocruz, que trabalharam de modo incansável na luta por disponibilizar esse imenso benefício aos brasileiros. Cabe mencionar, também, os técnicos da Anvisa, concursados, gabaritados e independentes, que se dedicaram com agilidade e eficácia à liberação emergencial dos imunizantes. Destaque, ainda, para os servidores do Ministério da Saúde, secretarias municipais e estaduais e hospitais públicos, que estão com a estrutura pronta para início da aplicação.

Estratégia de saúde faz-se com pessoas competentes e dedicadas, como têm demonstrado, desde o início da pandemia, os abnegados funcionários que atuam no âmbito do SUS e das instituições científicas em todo o País. Para esses trabalhadores, política de saúde, em contraste com interesses partidários e eleitorais, é salvar vidas, mesmo quando são chamados de parasitas, mesmo quando têm direitos e salários líquidos reduzidos, mesmo quando são alvos de uma reforma administrativa injusta, mesmo quando seu trabalho torna-se objeto da disputa de marketing entre governos.

Enfermeiros, médicos, pesquisadores, cientistas, paramédicos, motoristas e equipes de ambulâncias, psicólogos, biólogos, farmacêuticos e todo o pessoal administrativo da estrutura do SUS é que estão fazendo a verdadeira política de saúde, sem partidos, sem bandeiras e sem objetivos eleitorais. Tudo o que o Brasil precisa neste momento tão grave é de pessoas desprendidas, cujo principal interesse seja atender às necessidades da população, salvar vidas e lutar contra a mais grave pandemia dos últimos cem anos.

Esperamos que o Governo Federal, assim como os estados e municípios, supra o Brasil com o volume suficiente de vacinas comprovadamente eficazes, agulhas e seringas, para que seja possível uma imunização em massa, no menor prazo possível. A estrutura do SUS e os funcionários de todo o sistema têm grande experiência em vacinação em larga escala, pois realizam com absoluto êxito as campanhas contra a gripe, poliomielite, sarampo e outras doenças para as quais há imunizantes gratuitos no calendário nacional de imunização da saúde pública.

Este ano, aliás, o trabalho será dobrado, pois não se pode negligenciar a imunização contra todas essas enfermidades, que também podem transformar-se em sério problema de saúde pública caso não tenham efetiva atenção. Todas as campanhas regulares de vacinação devem ser realizadas, mantendo-se sua agenda anual, devidamente conciliada com a da Covid-19, à medida que as doses necessárias sejam disponibilizadas aos distintos segmentos etários.

Ótima notícia é que o funcionalismo público brasileiro dará conta desse importantíssimo trabalho de proteção à vida. Basta disponibilizar os recursos aos profissionais da saúde, que eles atuarão na vacinação com muita eficiência, garra e força, contribuindo para que o País e seu povo vençam a dura guerra contra o novo coronavírus, fundamental para a saúde pública e a retomada plena das atividades.

(*) Álvaro Gradim é o presidente da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP).

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