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Preocupação com segurança deve estar também nas ruas e estradas

Por José Aurelio Ramalho (*) | 21/04/2017 09:00

Todos gostamos de segurança; todos queremos segurança; todos pagamos caro por segurança, mas quando se trata de segurança nas ruas, avenidas e estradas, o “entendimento” é outro.

Hoje vamos tratar de um assunto corriqueiro, que é objeto de desejo de muitos brasileiros: morar, de preferência, em condomínio fechado com altos muros, cercas elétricas, um moderno sistema de segurança com câmeras de vigilância intensa nas 24 horas do dia; com porteiros treinados para olhar tudo com desconfiança para evitar uma possível violência, seja assalto, sequestro, furto, ou qualquer outra dor de cabeça.

Quando pensamos em um carro, nós também queremos modernos alarmes e potentes sistemas de travas automáticas. E quando você vai a um banco ou caixa eletrônico, então? Seja apenas para pagar um boleto, você faz questão de câmeras de segurança e monitoramento.

Os exemplos são muitos, como supermercados ou shoppings e, em todos esses casos, temos uma certeza: estamos seguros e não nos sentimos, ou nos incomodamos, de estarmos sendo vigiados.

Essa busca diária pela segurança em todos os locais faz crescer a indústria voltada a disponibilizar produtos e serviços destinados a essa finalidade. Ter o máximo de segurança para garantir a vida, a integridade e o patrimônio é, sem dúvida, comportamento positivo e louvável.

Mas, e no trânsito? Será que o comportamento é igual e a busca pela segurança é a mesma? Queremos câmeras para garantir a nossa segurança contra aqueles que colocam em risco as nossas vidas? Infelizmente não, apesar dos números assustadores de acidentes com mortos (+ 43 mil/ano) e feridos graves (+500 mil/ano) nas ruas e rodovias brasileiras.

Quem busca, de fato, a segurança deve aprovar as câmeras, conhecidas como radares, que instalados nas vias públicas para fiscalizar a conduta dos motoristas; ou seja, são como os alarmes modernos, neste caso alertando sobre alguém que pode “roubar” a vida de uma pessoa e podem, também, ser comparados às câmeras de vigilância, às cercas elétricas ou aos muros altos, mostrando aos eventuais infratores que estão sendo observados e que existe uma “proteção” dessa violência à sociedade. Isto significa que o condutor deve respeitar as regras do trânsito, e que as câmeras e radares são simplesmente para proteger a sociedade dos que insistem em infringir a lei, colocando todos em risco.

Impossível transitar sem se deparar todos os dias com uma dezena, centena de sinais de trânsito, que estão nas vias com o objetivo de alertar para riscos e orientar sobre atitudes corretas e seguras de motoristas, motociclistas, pedestres, ciclistas, etc.

Altamente aprovadas nos condomínios, em estabelecimentos comerciais, em bancos e afins, as câmeras de vigilância são demonizadas por muitos se colocadas nas vias públicas. Ora!!! Da mesma forma que estão ali para nos proteger de “bandidos/ladrões”, as câmeras/radares, mais do que registrar as irregularidades no trânsito, estão ali para nos proteger de “bandidos/ladrões” de sonhos… sim, sonhos que são interrompidos por mortes e sequelas graves causados pela desobediência as regras.

Qual a diferença das câmeras instaladas no seu condomínio, no seu local de trabalho, no comércio, das que estão nas ruas e estradas?

A sociedade, tão consciente da importância desses equipamentos para melhorar a segurança pública com a única finalidade de proteger à vida e o patrimônio, deve também conscientizar-se de sua responsabilidade no trânsito. Afinal, sua vida e a de todos que transitam, certamente pode ser salva graças ao uso desta tecnologia nas vias publicas. Escolha pela segurança, seja em casa, no trabalho ou no trânsito.

(*) José Aurelio Ramalho é diretor-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária

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