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Preocupações de cada tempo

Por Rodrigo Alva (*) | 07/10/2015 13:05

Tenho uma filha de 3 anos, e a todo momento me pego buscando o melhor para a sua segurança e bem-estar. Eu e minha esposa nos preocupamos em evitar seu contato com objetos e locais perigosos, em ensiná-la a não conversar com estranhos, em transportá-la no automóvel com segurança e, é claro, com a sua alimentação.

Muitos de nós se recordam de quando éramos crianças e brigávamos com nossos irmãos na hora de sair de carro com os pais para ver quem ia no meio – entenda-se bem na frente do meio do banco traseiro, esgueirando-se de lado entre os bancos da frente –; ou de quando passeávamos com colegas na caçamba de pick-ups ou caminhonetes, de pé,nos equilibrando ou sentados nas laterais; ou de quando nossos pais ou mães enchiam o carro com amigos para nos levar a algum lugar, e você ia na frente com alguém e mais de três se sentavam no banco de trás. Vocês acham que por essas ou outras inúmeras razões seus pais se preocupavam menos com você? É claro que não. Diferentes contextos e épocas apresentam diferentes comportamentos e realidades. Estamos sempre buscando melhorar, como indivíduos e como sociedade – é bem verdade que uns buscam mais que outros.

O mesmo raciocínio se aplica à segurança alimentar de nossos filhos. Sua mãe, quando escolhia e comprava a carne do almoço sempre no mesmo açougue, do seu Fulano – que ela já conhecia de longa data –, estava primando pela confiança na procedência daquela carne. Quando ela usava o martelinho para amaciar o bife, ela cuidava da maciez da carne de qualidade e boa procedência que ela havia acabado de comprar. Quando os bifes eram servidos à mesa, o cheiro e o paladar tratavam de prazerosamente finalizar o processo alimentar que nossas mães haviam desenhado para que tivéssemos o melhor para o nosso crescimento saudável.

O tempo passou, as exigências se tornaram mais sérias, a preocupação com a saúde aumentou, a ciência apresentou novidades e o tempo ficou escasso. A indústria precisou se adequar, e com a carne bovina não foi diferente.

No econômico, as últimas três décadas foram de grandes avanços na área da bovinocultura de corte. O país deixou de importar carne para ser omaior exportador de carne bovina do mundo desde 2008.

No campo científico, a Embrapa Gado de Corte, por meio de seus pesquisadores, vem se dedicando à melhoria da carne que consumimos há mais de 37 anos. Quase todo o bife consumido no país tem hoje pelo menos um conhecimento produzido por esta Unidade da empresa.

Toda essa mudança de cenário justifica a busca por uma forma de certificação, de garantia. Os pais hoje, grupo do qual faço parte, buscam no mercado elementos que atestem que aquele alimento que seus filhos estão prestes a ingerir tem qualidade. A triagem que nossas mães faziam passou a ser realizada por esse mercado. Hoje temos à nossa disposição todo um segmento, na bovinocultura de corte por exemplo, que trabalha desde a pesquisa para o melhoramento genético até a disposição na gôndola para atender às nossas demandas e interesses. Mesmo na correria cotidiana, temos como dispender alguns minutos diante de um produto para verificarmos alguns dados – como raça, corte,coloração, procedência, entre outros – que embasem nossa escolha.

Deixamos de responder “Pode ser” de maneira hesitante e passamos aafirmar categoricamente “Quero este”.

(*) Rodrigo Alva, editor, analista na Embrapa Gado de Corte, rodrigo.alva@embrapa.br

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