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Cidades

Após ofender juristas de MS e gays, membro de igreja é denunciado no RJ

Altair Genésio, de igreja do Rio de Janeiro, criticou sentença de MS, que condenou homem por manifestações homofóbicas; MPF fluminense pede pagamento de R$ 20 mil e retratação

Silvia Frias | 08/03/2019 15:32
Altair Francisco Genésio é membro da Igreja Geração Jesus Cristo – Ministério de Elias (Divulgação/Reprodução)
Altair Francisco Genésio é membro da Igreja Geração Jesus Cristo – Ministério de Elias (Divulgação/Reprodução)

Um internauta do Rio de Janeiro foi denunciado pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) ao MPF-RJ (Ministério Publico Federal) por manifestação discriminatória contra homossexuais, feito a partir de sentença semelhante de morador de Campo Grande. Entre as ofensas, consta “aberração”, “abominável” e que todos “tem que pegar AIDS e morrer”.

O vídeo foi divulgado em reportagem do Campo Grande News em junho de 2017. O site é  citado na ação civil pública do MPF-RJ para justificar a denúncia. Além da comunidade LGBT+, o homem também faz ofensas a juristas de MS.

Na ação do MPF-RJ, é pedido que Altair Francisco Genésio seja condenado ao pagamento de R$ 20 mil por danos morais coletivos, repassando o recurso ao Fundo Federal de Defesa dos Direitos Difusos, além de publicar vídeo de retratação pelo comentário que originou o processo. O termo é assinado por três procuradores da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão.

Ofensas – Altair Francisco Genésio é membro da Igreja Geração Jesus Cristo – Ministério de Elias, liderada pelo Pastor Tupirani, no Rio de Janeiro. No vídeo que originou a ação, Altair cita sentença da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, de Campo Grande, que condenou Roberto Flávio Cavalcante ao pagamento de danos morais por discurso homofóbico veiculado nas redes sociais em 2007.

Segundo MPF-RJ, Genésio “ultrapassou e muito a liberdade de crítica e de expressão” pelo tom ofensivo e agressivo à comunidade LGBT+ e aos profissionais envolvidos na condenação dada em Campo Grande.

Em um trecho, ele faz acusações à procuradora Jaceguara Dantas da Silva Passos.

Em outro ponto do vídeo, ele fala o nome completo do juiz de Mato Grosso do Sul que deu a sentença o chama de “viado”.

Na publicação, completa com ataques agressivos à comunidade: “como é que uma raça dessa ainda se sente ofendida? Eles são a própria ofensa em pessoa! Vocês, quando saem na rua, vocês enojam a sociedade. Vocês ficam se lambendo pela rua, a coisa mais nojenta, a coisa mais abominável... Vocês são a aberração! Vocês são a desgraça da espécie humana, se é que podemos chamar vocês de ser humano. [...] Tem que pegar uma AIDS, já que vocês são hospedeiros de doença. Tem que pegar uma AIDS e morrer, miserável. Baixar no inferno.”

Ainda segundo a ação, Genésio afirmou no vídeo: “A gente morre, a gente não nega nossos princípios e valores, que são a Causa de Jesus Cristo. Homossexualismo é possessão demoníaca, o final é o inferno [...] Processa a Geração Jesus Cristo, que a gente pega seu processo e joga no lixo. Vem na porta da nossa igreja pra você ver. [...] Faz o que você quiser que a gente tá cuspindo na Constituição. A gente tá cuspindo na lei dos homens [...] Nós seguimos é a Bíblia, que é lei de Deus. Fica aqui a minha indignação, seu bando de desgraçados, miseráveis”.

Genésio ainda desdenha da ação judicial: ““Processa a gente! Meu nome é Altair Genésio, sou liderado pelo pastor Tupirani. Processa a gente por homofobia, vai lá. Processa a gente e faz a gente pagar quinze mil reais, cem mil reais, pra ver se a gente vai pagar. A gente morre, mas não paga!”.

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