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Cidades

A cada grupo de 55 infectados pelo coronavírus, uma pessoa morre em MS

O Campo Grande News levantou a taxa de letalidade em outros estados para descobrir como anda MS em relação aos óbitos

Guilherme Correia | 09/09/2020 10:00
Cemitério Santo Antônio, na Capital, onde maior parte dos casos de covid-19 estão concentrados (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Cemitério Santo Antônio, na Capital, onde maior parte dos casos de covid-19 estão concentrados (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

O Brasil começa a reduzir a taxa de letalidade por covid-19, mas o inverso ocorreu em Mato Grosso do Sul desde junho. Hoje, a cada 55 pessoas infectadas, uma morre. Mesmo assim, o índice ainda é um dos menores do País. Se continuar nesse caminho, o Estado pode superar a pandemia sem sair das 5 melhores posições no quesito letalidade. Atualmente, é o 22º nesta taxa dentre os 27 unidades da federação.

Com base em dados divulgados pela SES (Secretaria Estadual de Saúde), o Estado tinha taxa de letalidade de 1,5% em 1º de agosto. Ou seja, a cada 75 infectados pela covid-19, um faleceu.

Hoje, mais de um mês depois, Mato Grosso do Sul apresenta taxa de 1,8% - aumentou cerca de 20% a quantidade proporcional de pessoas que faleceram, o que representa uma morte a cada 55 pessoas doentes.

Com base nos dados do Ministério da Saúde, o Brasil como um todo registrou taxa de 3,5% até 1 de agosto, e vem decrescendo desde então, atualmente estacionado em 3,1% - reduzindo pouco menos de 20%.

O gráfico a seguir mostra que a média nacional vem caindo, ao passo em que a letalidade no Mato Grosso do Sul vem aumentando gradativamente - número sempre ressaltado secretario estadual de saúde, Geraldo Resende, durante live da última terça-feira (8). Veja:

Segundo a médica infectologista Mariana Croda, a taxa de letalidade é influenciada pelo número de testes realizados, que acabam comprovando a doença em um número maior de pessoas. "Como o Estado tem relativamente uma ampla testagem, conseguimos fazer com que a taxa ficasse mais baixa que outros estados, que usam o teste PCR apenas em casos graves de SRAG [Síndrome Respiratória Aguda Grave], e com isso você só tem uma amostra dos pacientes internados".

Quando você testa paciente assintomáticos, aqueles que não estão no hospital, como com testes rápidos e drive-thru, isso dilui o número e faz com que a taxa seja baixa. Isso não quer dizer que seja menos grave, mas sim refletir um viés que é o aumento da testagem, incluindo o teste rápido, que foi adquirido por muitos municípios".

Ela também cita o acesso à saúde como fator determinante para a redução da letalidade, reduzindo a quantidade de pessoas que não resistem à covid-19. "Um melhor acesso ao sistema de saúde e serviços de saúde explicaria em parte a diferença da letalidade entre as regiões de saúde. A macrorregião de Corumbá, por exemplo, possui maior letalidade, o que pode ser explicado pelo acesso de serviço de saúde e qualidade dos serviços de urgência da região".

De acordo com a diretora presidente do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), Rosana Leite, é importante não somente testar a população, como também realizar isolamento de forma eficaz. "As estratégias feitas pelos países que testaram melhor não foi só testagem, é necessário identificar e isolar também. Testar por testar não vai ser eficiente na prática".

"É importante a gente saber que indiretamente, nosso país adotou a 'imunidade de rebanho'. As medidas não são rígidas, e mesmo se fossem, as populações não conseguiram responder. A Coreio do Sul, por exemplo tem outra cultura. Lá a pessoa é testada, identificada e fica isolado de verdade", frisa a médica Rosana Leite.

O mapa abaixo classifica a taxa de letalidade em cada unidade federativa do País; quanto mais forte a coloração, maior o índice:

Por região - Para localizar o Estado dentre as unidades federativas em cada região do Brasil, e ver como a doença é letal em comparação aos demais estados, o Campo Grande News levantou cada taxa de letalidade com base em dados divulgados pelo Ministério da Saúde até terça-feira (8).

Na região Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul possui menor taxa que Goiás (2,4%) e Mato Grosso (3%), mas está um pouco pior que o Distrito Federal (1,6%).

UFCasos acumuladosMortes acumuladasLetalidade
MT9820629323,0
GO14772834752,4
MS541259701,8
DF17080627201,6

Se compararmos com os estados da região Sul do Brasil, Mato Grosso do Sul perde apenas que Santa Catarina (1,3%), mas está melhor que Rio Grande do Sul (2,6%) e Paraná (2,5%).

UFCasos acumuladosMortes acumuladasLetalidade
RS14395237562,6
PR14385335772,5
MS541259701,8
SC18947724221,3

Na relação com os estados da região Sudeste, Mato Grosso do Sul tem melhor índice que todos. Rio de Janeiro (7,1%) é o pior do País nesse quesito, seguido de São Paulo (3,7%), Espírito Santo (2,8%) e Minas Gerais (2,5%).

UFCasos acumuladosMortes acumuladasLetalidade
RJ233052165937,1
SP857330313773,7
ES11579332682,8
MG23601258512,5
MS541259701,8

Mato Grosso do Sul também apresenta dados bem mais positivos que os estados do Nordeste do Brasil. Pernambuco (5,8%) encabeça a lista dessa região, seguido do Ceará (3,9%), Rio Grande do Norte (3,6%), Sergipe (2,6%), Alagoas (2,4%), Paraíba (2,3%), Piauí (2,3%), Maranhão (2,2%) e Bahia (2,1%).

UFCasos acumuladosMortes acumuladasLetalidade
PE13242077215,8
CE22244585663,9
RN6381022943,6
SE7384618982,6
AL8078619362,4
PB10970625502,3
PI8228219012,3
MA15831035182,2
BA27196356932,1
MS541259701,8

Já em relação à região Norte, três estados seguem em situação melhor que a de MS.  Apenas Amazonas (3,1%), Pará (3%), Acre (2,5%) e Rondônia (2,8%) têm taxa mais preocupante que Mato Grosso do Sul. Amapá (1,5%), Tocantins (1,3%) e Roraima (1,3%) tem dados mais positivos.

UFCasos acumuladosMortes acumuladasLetalidade
AM12390538493,1
PA20825962573,0
AC254696242,5
RO5823711872,0
MS541259701,8
AP448636731,5
TO559067541,3
RR452535981,3
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