Leão XIV: americano é 267º papa da história da Igreja Católica
Robert Francis Prevos tem 69 anos, era amigo do Papa Francisco e adotou o nome de Leão XIV
Leão XIV assume hoje a missão de conduzir mais de 1,3 bilhão de católicos em todo mundo, ocupando lugar de um antecessor carismático e progressista. É o 267º papa da história e foi escolhido no 4º escrutínio após apenas dois dias de conclave.
RESUMO
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Robert Francis Prevost é americano, nascido em Chicago em 1955, e atualmente ocupava o cargo de prefeito do Dicastério para os Bispos desde 2023. Religioso da Ordem de Santo Agostinho, foi bispo no Peru e tem atuação pastoral internacional ligada aos movimentos sociais. A escolha termina com uma dúvida que cercava a decisão até agora: qual será o caminho a partir deste momento: progressista ou conservador?
Pelo nome escolhido, Leão XIV será progressista. Ele se inspirou em Leão XIII, conhecido como papa transformador, por lutar contra a oposição ao progresso científico e por uma consciência das necessidades sociais da época, entre 1878–1903.
O anúncio - Duas horas após o sinal de fumaça branca, o cardeal protodiácono, o francês Dominique Mamberti, apareceu na sacada central da Basílica de São Pedro e anunciou oficialmente o veredito com a famosa frase: "Habemus Papam!". Em seguida, revelou o nome do novo pontífice e o nome papal escolhido.
"Anuncio-vos uma grande alegria. Temos um Papa: O eminentíssimo e reverendíssimo Senhor, Senhor Robert Francis Prevost, Cardeal da Santa Igreja Romana, que se impôs o nome de Leão XIV.
Ainda não se sabe quais serão os primeiros gestos do novo papa, mas a escolha do nome papal já dá pistas sobre a inspiração de seu pontificado. Jorge Mario Bergoglio, por exemplo, decidiu ser chamado de Francisco. Leão XIV escolheu o nome que foi utilizado pela última vez no pontificado de 1878 a 1903. O primeiro é conhecido como Leão Magno, e não Leão 1º.
Para ser eleito, Leão XIV precisou do apoio de 89 dos 133 cardeais com menos de 80 anos que têm direito a voto.
A tradicional fumaça branca subiu da chaminé da Capela Sistina exatamente às 12h08, horário de Mato Grosso do Sul. A cor sinalizou ao mundo que os cardeais, reunidos em conclave desde o início da semana, chegaram a um consenso depois de 3 votações, encerrando oficialmente um período de transição na liderança da Igreja.
Na sequência, ele deu a benção "urbi et orbi" (à cidade e ao mundo) aos fiéis e turistas que aplaudiram e rezaram assim que o anúncio foi feito. O clima de emoção e expectativa tomou conta do local, que testemunha mais uma vez um dos momentos mais simbólicos da tradição católica.
A missa de entronização será realizada nos próximos dias, e o novo papa deverá se reunir em breve com os cardeais para traçar os primeiros rumos de seu pontificado.
Biografia - Formado em Matemática pela Universidade Villanova, tem mestrado em Teologia pela Catholic Theological Union, em Chicago, e doutorado em Direito Canônico pelo Pontifício Colégio de Santo Tomás de Aquino, em Roma.
Atuou como missionário no Peru, nos anos 1980, onde aprendeu espanhol e estreitou laços com comunidades católicas da América Latina. É visto como mais alinhado ao papa Francisco do que outros cardeais dos Estados Unidos, geralmente considerados conservadores.
Apesar de serem maioria protestante, os Estados Unidos têm a quarta maior população católica do mundo, com 85,3 milhões de pessoas. Estão atrás apenas de Brasil, México e Filipinas. O país também é o segundo mais representado no Colégio Cardinalício, com 10 integrantes — a Itália tem 17. Mesmo assim, nenhum cardeal norte-americano havia sido cogitado entre os principais nomes de um conclave. Até agora, as apostas apontavam apenas candidaturas periféricas.