ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 19º

Cidades

Boato viraliza com foto de MS para assustar sobre “poeirão Godzilla”

Fenômeno não deve chegar ao Estado, mas uma das imagens utilizadas em publicações é de Chapadão do Sul e foi registrada em 2019

Izabela Sanchez | 29/06/2020 08:46
Poeirão chegou em Chapadão do Sul antes da chuva em setembro de 2019 (Foto: Divulgação/Chapandense News)
Poeirão chegou em Chapadão do Sul antes da chuva em setembro de 2019 (Foto: Divulgação/Chapandense News)

Uma nuvem marrom que vai da África até o Caribe cobre o azul e branco vistos por satélite no Oceano Atlântico. O “poeirão”, fenômeno climático também chamado de "nuvem de poeira Godzilla", está dando o que falar na internet, já que é esperado que seja vista nos Estados brasileiros. Fotografia registrada em Chapadão do Sul, a 321 km de Campo Grande, em 2019, está ilustrando boataria que viraliza e assusta quem acredita que a imagem seja do fenômeno atual.

Neste caso, Mato Grosso do Sul é tão “vítima” quanto Austrália, já que imagem do país também é utilizada nas publicações. É o que alerta o Estadão, que utilizou sistema próprio de verificação de notícias falsas e divulgou reportagem sobre o assunto.

A imagem da poeira foi registrada próximo ao Terminal Rodoviário da cidade no dia 24 de setembro, em 2019. À época, assustou moradores porque precedia uma tempestade com muita ventania, que não ajudou a acabar com o pânico entre as pessoas.

Conforme cita o Estadão, além de Chapadão do Sul, outra imagem é de uma tempestade de poeira em Nova Gales do Sul, Estado australiano, parte de um vídeo divulgado em janeiro deste ano pelo jornal britânico The Guardian.

No facebook, publicações com as fotos antigas viralizam (Foto: Reprodução)
No facebook, publicações com as fotos antigas viralizam (Foto: Reprodução)

Nuvem Godzilla – É um fenômeno que ocorre todos os anos, mas que parece estar com dimensão maior em 2020. Regiões do Caribe já sentiram os efeitos e as recomendações de saúde pedem uso de máscaras e evitar atividades fora de casa porque carga de partículas de terra é alta.

Meteorologista ouvido pelo Campo Grande News, Heráclio Alves de Araújo, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), afirma que o fenômeno, ao menos “em tese”, não deve chegar às regiões centrais.

 “Em síntese, esta nuvem de poeira que se desloca da África em direção ao Caribe é uma massa de ar seco carregada de partículas de areia que se forma sobre o deserto do Saara nesta época do ano e se move para o oeste. Quando ocorre, costuma ser de curta duração, não superior a uma semana, porém a presença de ventos pode fazer com que cruze o Atlântico, percorrendo mais de 10 mil quilômetros”, explica.

O resultado esperado, cita, é apenas a mudança na coloração do céu em Estados localizados ao norte do Nordeste brasileiro, como Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí.

“Normalmente, durante o nascer e pôr do sol o céu fica com uma cor alaranjada porque com o sol mais próximo do horizonte, os raios solares atravessam uma camada maior da atmosfera e, com ela mais poluída por partículas de poeira ou fumaça, pode colaborar para um pôr ou nascer do sol mais avermelhado ou alaranjado”, comenta.

Nos siga no Google Notícias