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Cidades

Enquanto covid tinge mapa, Estado tem 103 intensivistas e 73% deles na Capital

Quadro de especialistas em UTI é reduzido no Estado, seguindo cenário nacional

Aline dos Santos | 27/05/2020 12:37
Intensivistas são profissionais essenciais em Unidade de Terapia Intensiva. (Foto: Henrique Kawaminami)
Intensivistas são profissionais essenciais em Unidade de Terapia Intensiva. (Foto: Henrique Kawaminami)

Enquanto o novo coronavírus tinge o mapa de Mato Grosso do Sul, já confirmado em 47 dos 79 municípios, e aumenta o número de pacientes em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), os profissionais intensivistas são apenas 103 no Estado, com 73% deles atuando em Campo Grande.

Segundo dados do CRM-MS (Conselho Regional de Medicina), dos 103 intensivistas, 76 atuam na Capital.

De acordo com o presidente da Sosmati (Sociedade Sul-Mato-Grossense de Terapia Intensiva), Sérgio Félix Pinto, no País são cerca de quatro mil profissionais, com a maioria concentrada nas capitais.

Além de poucos, são setorizados. Ou seja, um intensivista que atende adulto não tem qualificação, por exemplo, no atendimento a crianças ou em UTI neonatal.

“Podemos vir a ter problemas caso a coisa exploda. A gente vai ter, numa determinada UTI, períodos de médicos inadequados porque não temos gente suficiente”, afirma Sérgio.

Segundo ele, o baixo número de intensivista tem fator financeiro, com baixa remuneração para os profissionais. “Para fazer terapia intensiva, o médico precisa se dedicar àquilo. Não pode ser um bico”, afirma o presidente da Sosmati.

Ele enfatiza que, até agora, a situação em Mato Grosso do Sul está sob controle, com baixa ocupação de leitos de terapia intensiva por pessoas com covid-19.

Marcação em vermelho mostra que o novo coronavírus já circula em 47 dos 79 municípios do Estado. (Foto: Reprodução\Boletim SES)
Marcação em vermelho mostra que o novo coronavírus já circula em 47 dos 79 municípios do Estado. (Foto: Reprodução\Boletim SES)

Presidente do Sinmed MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Marcelo Santana Silveira, destaca que o quadro enxuto desses profissionais é uma realidade nacional.

“É uma especialidade muito completa e complexa. Esse médico passa por formação extremamente rigorosa. Faz todos os procedimentos dentro de uma UTI. Entubar, drenar tórax, traqueostomia, manejo de drogas para manter pressão arterial. O melhor profissional para estar dentro do CTI (Centro de Terapia Intensiva), no meu ponto de vista, é o intensivista. É o melhor profissional para atender paciente com coronavírus”, afirma Marcelo Santana.

Mas ele explica que o paciente não fica desassistido, sendo equipe da UTI composta por profissionais com formação em clínica médica, clínica cirúrgica e anestesiologia. Além de fisioterapeutas, fonoaudiólogos e enfermeiros.

De acordo com o boletim divulgado pela SES (Secretaria Estadual de Saúde), 15 pacientes ocupam leitos de UTI em Mato Grosso do Sul, sendo 8 pessoas no SUS (Sistema Único de Saúde). O balanço ainda informa que o Estado tem 2,7% dos leitos de UTI ocupados por pacientes que testaram positivo para a covid, sendo 299 leitos ainda disponíveis.

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