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Cidades

Operação mira 4 grupos de cigarreiros e tem centenas de investigados

Dos 40 mandados de prisão expedidos pela 1ª Vara Federal de Naviraí, 30 foram cumpridos

Anahi Zurutuza, Ronie Cruz e Helio de Freitas, de Dourados | 08/08/2019 11:15
Da esquerda para direita, o delegado Fabrício Martins Rocha, e o corregedor-regional Luiz Eduardo Portugal (Foto: Ronie Cruz)
Da esquerda para direita, o delegado Fabrício Martins Rocha, e o corregedor-regional Luiz Eduardo Portugal (Foto: Ronie Cruz)

Estão na mira da força-tarefa que investiga contrabandistas de cigarros em Mato Grosso do Sul, quatro quadrilhas, uma delas já alvo da Polícia Federal na Operação Nepsis, que já teve 3 fases. De acordo com o delegado Fabrício Martins Rocha, da Deco (Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado), a Operação Teçá também investiga mais de uma centena de pessoas e teve como foco hoje, os líderes dos quatro grupos criminosos que a partir do Estado, distribuem os cigarros ilegais pelo País.

Dos 40 mandados de prisão expedidos pela 1ª Vara Federal de Naviraí, 30 foram cumpridos. Um dos presos é o policial rodoviário federal, identificado como Wilson Luiz, que atuava no posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal) de Rio Brilhante. Ele foi pego na saída do plantão. Conforme a investigação, Luiz recebia propina para “deixar passar” cargas com cigarros contrabandeados.

Entre os alvos, também estão pessoas já presas na Nepsis, duas delas no Presídio Federal de Mossoró (RN). Também há alvos que já haviam sido presos em 2011.

Há ainda foragidos e fortes indícios, segundo o delegado, que de fora do Brasil, essas lideranças continuem comandando o esquema.

Fabrício Martins fez questão de comentar que há a falsa impressão de que o contrabando de cigarros é crime de menor potencial. “Não raro você organizações ligadas também ao tráfico de drogas e armas, fora que os crimes relacionados ao contrabando e descaminho são inúmeros, como são associação criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas (pagar fornecedores fora do território nacional), concorrência desleal”.

Preso nesta manhã chegando à sede da PF em Campo Grande (Foto: Ronie Cruz)
Preso nesta manhã chegando à sede da PF em Campo Grande (Foto: Ronie Cruz)

Corregedoria – O PRF preso hoje é o terceiro em pouco mais de uma semana. No dia 31, também em Rio Brilhante, foi preso Alaércio Dias Barbosa. Ele estava de serviço no posto policial na BR-163 quando foi pego nesta manhã. O outro policial rodoviário foi preso em Nova Alvorada do Sul. Ele é conhecido como Neto. Os dois moram em Dourados.

Em coletiva de imprensa, o PRF Luiz Eduardo Portugal, corregedor-regional substituto, explicou que serão abertos processos administrativos disciplinares contra os policiais e que a pena máxima é a demissão.

Tanto o corregedor quando o delegado ressaltaram que as prisões de integrantes da polícia não “contaminam as instituições”. “Este é um problema endêmico no País”, disse Martins.

A operação – Sob o comando da PF, também foram às ruas equipes do Exército para cumprir além das 40 prisões, 33 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Norte.

No Estado, mandados eram para Eldorado, Mundo Novo, Japorã, Amambai, Iguatemi, São Gabriel do Oeste e Rio Brilhante. O restante para Maringá e Umuarama, no interior do Paraná, e em Mossoró (RN).

Dinheiro, carros, joias e munições foram apreendidos. Somente em um endereço policiais localizaram R$ 31 mil em dinheiro.

De acordo com a PF, o prejuízo para as organizações alvos da ação já soma R$ 144 milhões. No montante, estão inclusos além dos cigarros ilegais e outras mercadorias contrabandeadas, 155 veículos apreendidos.

A operação foi batizada de Teçá, que no idioma guarani significa “estado de atenção”, segundo a PF, por causa a rede de olheiros e batedores que as quadrilhas de cigarreiros utilizam para monitorar a polícia e fugir da fiscalização.

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