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Cidades

Recém-nascida internada busca família que a adote com urgência

Justiça já identificou 14 casais com perfil para acolhê-la, mas todos declinaram

Lucia Morel | 10/05/2022 18:19
Imagem de bebê internado em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). (Foto: Divulgação)
Imagem de bebê internado em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). (Foto: Divulgação)

Recém-nascida de apenas 40 dias está internada em estado crítico em hospital de Campo Grande e sozinha, depois que a mãe morreu dias após o parto, em Corumbá, cidade a 419 Km da Capital. Juiz da Vara da Infância da cidade, Maurício Cleber Miglioranzi Santos já identificou 14 casais com perfil para acolhê-la, mas todos declinaram.

“Em contato com o núcleo psicossocial de Campo Grande, fizemos as buscas no SNA e detectamos 14 casais habilitados para o perfil da recém-nascida, porém, nenhum demonstrou interesse neste caso. Assim, restou-nos a opção de relatar essa triste situação para a sociedade sul-mato-grossense na esperança de que algum casal queira acolher a menina”, explicou Maurício.

O SNA (Sistema Nacional de Adoção e de Acolhimento) integra todos os cadastros municipais, estaduais e nacional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de pretendentes habilitados à adoção, inclusive os cadastros internacionais. Contudo, mesmo com tantos pretendentes à adoção, muitas crianças e adolescentes permanecem em instituições de acolhimento.

Em relação à recém-nascida, ela está sozinha no hospital, já que nenhuma família se dispôs a acolhê-la, e com a saúde debilitada. A mãe biológica faleceu sem ter passado por nenhuma consulta de pré-natal e com isso, a bebê nasceu com graves problemas de saúde.

Assim, ela torna-se, conforme o magistrado, o retrato de muitas crianças no Brasil, disponíveis para adoção, mas que não encontram acolhimento e ficam sob a guarda do Estado até que completem 18 anos e sejam obrigadas a enfrentar a vida sozinhas.

Busca ativa – a desembargadora Elizabete Anache, que responde pela CIJ (Coordenadoria da Infância e da Juventude) de Mato Grosso do Sul, lembra que esta é uma iniciativa de busca ativa aberta.

“É uma tentativa de sensibilizar algum pretendente que tenha o desejo de acolher a criança e mostrar à sociedade que a adoção é um instituto que pode transformar muitas vidas. As causas da infância têm prioridade absoluta e esperamos mudar realidades tristes como a dessa recém-nascida”, disse.

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (67) 98462-8245 ou pelo e-mail: adocao.coordenadoria@tjms.jus.br.

Adoção - instituído pela Lei n. 10.447/2002, o Dia Nacional da Adoção é comemorado no dia 25 de maio, uma data importante para se lembrar de um direito regulamentado e garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) a todas as crianças que não têm mais a proteção dos pais biológicos.

A data é lembrada em todo o país, principalmente por grupos de apoio à adoção e pelos meios de comunicação, que sempre mostram histórias de quem está à espera de uma família. Adotar é, na verdade, acreditar que a história é mais forte que a hereditariedade, que o amor é mais forte que o destino, que uma família se constrói com amor de pessoas de origens diferentes.

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