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Cidades

Apesar da repercussão, crimes envolvendo adolescentes tem queda de 5,6%

Graziela Rezende | 11/11/2013 10:18

São 1.817 adolescentes que se envolveram em crimes neste ano, sendo 976 ocorrências registradas no primeiro semestre e 841 do dia 1° de julho até a sexta-feira (9). No mesmo período, em 2012, foram 1.919 registros na Capital. Embora a grande repercussão de algumas mortes, como o caso da estudante Luana VIeira Gregório e do assassinato do marido da avó, cometido por um adolescente na madrugada de ontem (10), a Polícia aponta uma diminuição de 5,6% nas ocorrências envolvendo menores.

“Grande parte dos adolescentes sabe que a pena será muito maior quando ele se tornar um adulto, principalmente porque conhece o sistema. Então muitos param de se envolver em crimes e, mesmo assim, um comparativo com adultos mostra que a reincidência dos jovens é muito menor, tendo eles mais chance de ressocialização”, avalia a delegada titular da Deaij (Delegacia Especializada no Atendimento à Infância e a Juventude), Rozeman de Paula.

Sem uma política pública específica para o encarceramento destes adolescentes, a delegada ressalta que a maioridade penal não seria uma medida eficaz para diminuir ainda mais os crimes envolvendo menores.

“Se eles fossem tratados como adultos e ficarem reclusos juntamente com esses bandidos, a problemática só tem a aumentar. São pessoas que precisam de um tratamento diferenciado e misturar todo mundo culminaria em uma bola de neve. Então, temos que reestruturar o sistema para depois pensar em maioridade penal”, afirma ao Campo Grande News a delegada.

Ao contrário, porém com ressalvas, a promotora Vera Aparecida Bogalho, da Vara da Infância e Adolescência, defende a maioridade penal. “Com 12 anos frente a 28° Promotoria de Justiça, digo que o adolescente infrator tem todas as possibilidades de se recuperar e, se isso não ocorrer, é porque se trata de usuários de drogas que furtam e roubam pelo vício. Além disso, são pessoas abandonadas pela família e sem nenhum convívio próximo”, comenta a promotora.

Nestes casos, a promotora diz que os jovens deveriam ser presos, porém em uma “cadeia” específica para este público. “Um adolescente cujos pais não possuem autoridade alguma e vai para uma Unei (Unidade Educacional de Internação), sabe que precisa ter disciplina e seguir regras. No entanto, a pena máxima é de três anos e posteriormente segue para uma unidade de semi-liberdade. É aí que mora o perigo, porque muitos saem para o trabalho e não voltam”, diz a promotora.

Sobre o atual sistema prisional, a promotora comenta que é um “local que não recupera ninguém”. “Existem muitos usuários de drogas, sem um combate algum deste vício. No caso dos jovens, seria necessário uma clínica específica de tratamento, porque senão eles vão sair e cometer os mesmos crimes para sustentar o vício”, finaliza a promotora.

Briga por perfume – No dia 11 de setembro, na saída da escola, na Vila Bordon, a estudante Luana Vieira Gregório, 15 anos, se envolveu em uma briga e foi esfaqueada pela rival, outra menina da mesma idade. Ela ainda contou com a ajuda da amiga Dafni Alves de Lima, a Tuty, 18 anos, que respondem pelo homicídio.

Na madrugada de ontem, sem dar qualquer explicação, um adolescente de 16 anos chamou pelo marido da avó no portão e o esfaqueou no tórax. O caso ocorreu no Jardim Sayonara e Natalino França, 41 anos, estava na cama com a esposa, quando levantou para atender o menino. A avó estaria em choque, sem entender porque o crime ocorreu.

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