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Cidades

Campanhas pelo fim da impunidade tem adesão de 110 mil no Estado

Jéssica Benitez e Leonardo Rocha | 16/09/2013 11:13
Governador entrega assinaturas colhidas para combate à criminalidade (Foto: Cleber Gellio)
Governador entrega assinaturas colhidas para combate à criminalidade (Foto: Cleber Gellio)

Somando 110 mil assinaturas coletadas em Mato Grosso do Sul, as campanhas Reaja Brasil e Pelo Fim da Impunidade ganham força em todo o Brasil. Até o final do ano a intenção é chegar a 150 mil. Hoje o governador do Estado, André Puccinelli (PMDB), acompanhado por diversas autoridades, participou do evento que reuniu todo o material colhido em terras sul-mato-grossenses para entregar aos responsáveis pelas campanhas.

“Cadeia não é colônia de férias. Penas leves e questões frouxas não resolvem nada. Antes era no sarrafo e com vara de marmelo, hoje é com ação moral. O natural é que os pais morram antes dos filhos”, disse André destacando em seguida que a educação resolve sim, porém em determinados casos é preciso reprimir imediatamente para intimidar outras atrocidades.

Embora tratem praticamente do mesmo assunto, as campanhas são diferentes. O Reaja MS, vertente do Reaja Brasil criado pelo major e deputado estadual por São Paulo, Olímpio Gomes, está em busca de mais segurança para policiais, tanto civis quanto militares, membros de todos os Ministérios Públicos, do Poder Judiciário e Corporação dos Bombeiros.

O intuito é fazer com as penas dos crimes cometidos contra pessoas que ocupam tais cargos sejam mais rígidas. Até o momento em todo o Brasil o “reaja” conseguiu colher 700 mil assinaturas, sendo que a meta é chegar a 1,4 milhão até dezembro, pois esse total representa 1% dos eleitores brasileiros.

Segundo Olímpio, a campanha funciona no mesmo molde da Ficha Limpa. Primeiro o apelo é popular, depois passa pela Câmara dos Deputados e Senado. “Mato Grosso do Sul foi um dos estados mais atuantes, um dos principais exemplos”, disse. O major tomou a iniciativa no segundo semestre do ano passado depois dos ataques de facções criminosas contra policiais em São Paulo quando 107 PMs, sete policiais civis e 19 agentes penitenciários foram assassinados.

Já a campanha Pelo Fim da Impunidade foi criada pela deputada federal Keiko Ota (PSB). Em 1997 seu filho, na época com oito anos, foi sequestrado e assassinado, levando-a a criar um abaixo-assinado a favor da prisão perpétua para crimes hediondos.

Este foi o ponta-pé inicial para o nascimento da campanha que tem o mesmo objetivo, além de pedir também a extensão na pena máxima de 30 para 50 anos, revisão da diminuição de pena por bom comportamento e mais rigorosidade nos dias em que presos são liberados para ir para casa como no natal e dia das mães. Em Mato Grosso do Sul a campanha tomou proporção após a morte dos universitários Breno Silvestrini e Leonardo Batista, brutalmente assassinados há pouco mais de um ano.

Os pais de Breno, Lilian e Rubens, estiveram no evento. “Só vejo meus filhos em fotos, mas essas assinaturas se tratam de papais que vão fazer a diferença. Vamos levar tudo para Brasília e buscar apoio tanto dos deputados, como dos senadores e até da presidente. Nosso país tem muitos sistemas de segurança, mas nenhum deles funciona”, disse o pai.

Na avaliação do coronel Carlos Alberto David, comandante geral da Polícia Militar no Estado, a educação pode reverter esse jogo, entretanto ele acredita que isso levará mais três gerações para ocorrer. “Então neste tempo a alternativa são leis mais severas que terminem com a impunidade”, discursou.

Ele se recordou ainda, que a coleta de assinaturas teve auxílio de vários sindicatos e conselhos, além de apoio do ramo artístico. Somente em um show do cantor sertanejo Gustavo Lima, foram colhidas mais de cinco mil assinaturas. “A parceria tem que ser público e sociedade”, finalizou.

O secretario estadual de Justiça e Segurança Pública, Wantoir Jacini, destacou que o massacre ocorrido em São Paulo contra policiais demonstrou a falta de proteção e fragilidade diante de facções que tomaram conta dos presídios superlotados. Ele ressaltou que no Estado os índices são ótimos, “pois pulamos de 15° para 3°” no ranking de menos criminalidade.

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