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Capital

"Ela arrastou meu filho pelo braço e eu vi tudo", diz mãe em nova denúncia

Mais Ceinfs entram na "lista do perigo", mas medo de retaliações ronda as mulheres que decidem falar

Chloé Pinheiro | 05/08/2016 09:31
As paredes de alguns Ceinfs refletem o descaso em relação às denúncias de má infraestrutura e maus tratos. (Foto: Direto das ruas)
As paredes de alguns Ceinfs refletem o descaso em relação às denúncias de má infraestrutura e maus tratos. (Foto: Direto das ruas)

“Eu tenho muito medo de que elas maltratem mais meu filho se souberem que eu contei isso”, diz a mensagem que chegou nesta sexta-feira (5) à redação do Campo Grande News, pelo canal Direto das Ruas. A mãe, que não se identifica por motivos óbvios, é mais uma a engrossar o rol de denúncias envolvendo maus tratos nas creches da Prefeitura de Campo Grande.

Ela diz que viu seu filho ser arrastado pelo braço – que chegou a ficar vermelho – por uma das recreadoras do Ceinf (Centro de Educação Infantil) Vida Nova, região norte da Capital, há poucas semanas. “Cheguei a questionar a funcionária, a dizer que estava errado, e ela me respondeu que era ele quem estava provocando”, relata a mãe.

Das denúncias que chegam, a preocupação é sempre a mesma. Para as mães de alunos, o medo de mais maus tratos. “As outras professoras resmungaram ao ver minha reação, e eles tratam com indiferença se a mãe reclama”, continua.

Nesse caso, a diretora ajudou e repreendeu a funcionária, que continua dando expediente normalmente no Ceinf. Mas as gestoras dos centros denunciados ontem também são alvos de queixas dos pais e funcionários.

No Santa Edwirges, denunciado na última quinta-feira (04) por três mães e duas funcionárias que reuniram provas dos maus tratos, a diretora Rosa Helena chegou a ser notificada pela Prefeitura, mas seguiu coagindo funcionárias mesmo depois disso. As informações constam no dossiê entregue ontem no Senalba (Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado de Mato Grosso do Sul).

Segundo relatos, depois que os casos foram parar na imprensa, os funcionários estão proibidos de usar o celular dentro do Ceinf. “Eles estão com medo de que as recreadoras que estão insatisfeitas com a situação tire fotos”, contou uma das mães presentes no Senalba na quinta-feira (04).

A solução solicitada pelas mães é a colocação de câmeras nas salas de aula, que minariam a ação das funcionárias. Enquanto isso, o medo predomina as mães que denunciam e a sensação de desamparo é geral. “Estou contando os dias para tirar meu filho daqui”, completa uma das denunciantes do Santa Edwirges.

A prefeitura foi procurada para explicar as providências que foram tomadas nestes casos, mas ainda não se manifestou.

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