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Capital

“Meu filho estar vivo é o maior presente neste domingo”, diz pai de Yago

Sem pegar filho no colo há dois meses, Eduardo vai passar dia perto do pequeno sobrevivente, que está em incubadora na UTI.

Anahi Gurgel | 13/08/2017 08:33
Eduardo e a sogra, ao lado do pequeno Yago, na UTI Neonatal da Santa Casa. "A vida dele é meu maior presente". (Foto: Divulgação)
Eduardo e a sogra, ao lado do pequeno Yago, na UTI Neonatal da Santa Casa. "A vida dele é meu maior presente". (Foto: Divulgação)

Já se passaram mais de dois meses desde a última vez em que Eduardo Noronha, 26 anos, segurou o pequeno Yago no colo. Neste Dia dos Pais (13), ele considera o melhor presente o fato do filho resistir e, numa incubadora na Santa Casa de Campo Grande, ainda lutar pela vida. 

“Hoje é um dia muito especial. A vida dele é uma imensa alegria, meu maior presente. É tudo o que eu preciso”, disse ao Campo Grande News, nesta manhã.

“Hoje passarei o dia todo com ele, o maior tempo que puder em todos os horários de visita”, disse. O pequeno Yago, que nasceu no dia 31 de março, segue internado na UTI Neonatal (Unidade de Tratamento Intensivo) na Santa Casa de Campo Grande.

Os horários de visita são restritos. Das 10h às 11h, das 16h às 17h e das 20 às 21h. “Vou com minha sogra e vou aproveitar cada segundo perto do meu filho”, contou. Eduardo visita diariamente o pequeno, que completa hoje 4 meses e 13 dias.

“Tenho quase certeza que neste Dia dos Pais não vou conseguir segurar meu filho nos braços. Gostaria muito se ele estivesse mais fortinho, mas entendo. Até prefiro não segurar, pois isso representa risco para ele. Tenho medo de acontecer alguma coisa. Vou esperar o tempo certo”, disse, emocionado.

O bebê, que resistiu até a 27ª semana de gestação no ventre da mãe com morte cerebral, vem se recuperando de uma infecção e, cerca de duas semanas depois, ganhou 200 gramas, chegando a 1,9 kg - quase o peso ideal para receber alta. 

De acordo com a assessoria de imprensa da Santa Casa, Yago respira sem ajuda de aparelhos, mas ainda se alimenta por sonda, por isso ainda não há previsão de alta.

No fim do mês de julho, o pequeno sobrevivente adquiriu uma infecção grave, precisou ser entubado e perdeu peso, chegando aos 1,795 kg.

A equipe médica somente irá liberar o bebê para ir para casa quando atingir 2 kg no mínimo, e estiver se alimentando sem sonda.

Caso – A gestação e nascimento de Yago são inéditos em Mato Grosso do Sul. Para manter o bebê vivo no útero da mãe que era mantida nos aparelhos, médicos da Santa Casa trocaram informações com profissionais do Espírito Santo e Portugal.

Com a morte encefálica da mãe, Renata Souza Sodré, 22 anos, o nascimento do bebê era uma aposta de alto risco.

Renata sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) em 27 de janeiro e teve a morte cerebral constatada por dois testes clínicos e mais exame de imagem.

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