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Capital

"Acidente toda semana", dizem moradores após morte de motoentregador

Batida entre carro e moto na noite de ontem matou rapaz de 20 anos; segundo vizinhos, colisões são frequentes

Por Dayene Paz e Maria Gabriela Arcanjo | 20/10/2025 10:37
"Acidente toda semana", dizem moradores após morte de motoentregador
Cruzamento das ruas Pinto d’Água e Colheiros, no Bairro Recanto dos Pássaros. (Foto: Maria Gabriela Arcanjo)

Moradores do Bairro Recanto dos Pássaros, em Campo Grande, reclamam da falta de sinalização horizontal e iluminação no cruzamento das ruas Pinto d’Água e Colheiros, ponto onde o motoentregador e militar do Exército Gabriel de Oliveira Cardoso, 20 anos, morreu na noite de domingo (19). Condutores exageram na velocidade no trecho, segundo quem vive na região. “Toda semana tem um acidente”, resumem.

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Moradores do Bairro Recanto dos Pássaros, em Campo Grande, denunciam a falta de sinalização e iluminação adequadas no cruzamento das ruas Pinto d'Água e Colheiros, onde o motoentregador Gabriel de Oliveira Cardoso, 20 anos, morreu após colidir com uma picape no domingo. O local é conhecido pelos frequentes acidentes, segundo moradores. Na manhã seguinte à morte de Gabriel, outro acidente ocorreu a três quadras do mesmo local. A Agetran informou que enviará equipe para reforçar a sinalização na área, que apresenta problemas de visibilidade e manutenção.

Gabriel morreu depois de furar a preferencial e bater a motocicleta que conduzia em uma picape Strada. O impacto foi tão forte que ele foi arremessado e caiu no meio da rua. Câmeras de segurança registraram o momento da batida. Nas imagens, é possível ver o jovem em alta velocidade antes de atingir o veículo que seguia pela Rua Pinto d’Água.

Equipes de socorro chegaram a ir até o local, mas Gabriel não resistiu aos ferimentos. De acordo com o boletim de ocorrência, a preferencial era da picape, já que havia placa de Pare na pista onde o motociclista trafegava. O condutor da Strada, Fernando Cesar Paganote de Carvalho, 31 anos, se recusou a fazer o teste do bafômetro e procurou atendimento médico por conta própria após o acidente.

"Acidente toda semana", dizem moradores após morte de motoentregador
Júlio César colocou placa adicional em cruzamento. (Foto: Maria Gabriela Arcanjo)

O comerciante Wirlei Kemp, de 64 anos, diz que a cena se repete com frequência. “Acontece acidente com muita frequência. Ontem eu ouvi a pancada, nunca ouvi igual. Estava assistindo televisão com a minha esposa e saí correndo pra ver. Foi tão feio que nem quis que ela visse”, contou.

Segundo ele, o cruzamento é muito escuro, e um dos postes está sem luz. “Até o vizinho da frente, que é deficiente auditivo, escutou o barulho da pancada. A gente precisa de algo que cesse esses acidentes aqui. A sinalização é precária. Já pedimos às autoridades uma sinalização melhor, mas nada foi feito”.

Wirlei critica ainda o quebra-molas instalado na frente de casa, na Rua Pinto d’Água. “Virou rampa de decolagem. Não tem necessidade daquilo ali, não serve de nada. O que precisa é de contenção, algo que realmente reduza a velocidade".

"Acidente toda semana", dizem moradores após morte de motoentregador
Wirlei enquanto conversava com a reportagem. (Foto: Maria Gabriela Arcanjo)

O policial civil aposentado Júlio César Dourado, de 67 anos, mora próximo e foi um dos primeiros a ver o motociclista caído. “Aparentemente, o rapaz já estava sem vida. Acionei o socorro e consegui identificar a empresa onde ele trabalhava, uma pastelaria na Avenida Júlio de Castilho. Liguei para avisar.”

Ele confirma que os acidentes são constantes. “Seis meses atrás, teve um acidente no mesmo cruzamento. O motoqueiro foi arremessado e chegou a amassar o portão de uma casa. Não morreu, mas se quebrou todo”, lembrou.

Para tentar evitar novas colisões, Júlio chegou a colocar uma placa de Pare extra no cruzamento da Rua Colheiros. "Tem sinalização vertical, mas não tem horizontal. O pessoal não vê. Falta pintura, falta cuidado."

Outro acidente - Na manhã desta segunda-feira (20), outro acidente aconteceu a três quadras do local, no cruzamento das ruas Colheiros e Sagarana. Dois carros - um Gol preto e um Gol prata - se envolveram na batida.

"Acidente toda semana", dizem moradores após morte de motoentregador
Carro Gol no cruzamento em acidente na manhã desta segunda-feira. (Foto: Maria Gabriela Arcanjo)

O Gol preto, conduzido por José Rodrigo, 37 anos, pedreiro e deficiente auditivo, seguia pela Colheiros e furou a preferencial. Ele disse que não viu a sinalização, já que a placa está pendurada em um poste.

No Gol prata estava o casal Fernando Ramires, 28 anos, técnico em TI (Tecnologia da Informação), e Carolina Costa, 28 anos, assistente administrativa. Eles seguiam para o trabalho quando foram atingidos. “Não tem sinalização visível aqui, direto os carros freiam em cima. A gente passa todo dia por aqui e sempre é um risco”, relatou Carolina.

Em resposta ao Campo Grande News, a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) informou que enviará uma equipe de manutenção para reforçar a sinalização no local informado. "As equipes de manutenção da Agetran seguem diariamente um cronograma de trabalho, realizando o reforço e a manutenção da sinalização viária em locais que necessitam de atenção".

"A agência lembra que é fundamental que todos os condutores e pedestres sigam as regras básicas de circulação, conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). É importante redobrar os cuidados em vias com sinalização desgastada e manter atenção constante às sinalizações verticais e horizontais, contribuindo para um trânsito mais seguro e organizado para todos".

A população pode solicitar serviços, estudos e melhorias viárias pelos canais de atendimento: telefone 156 e aplicativo Fala CG.

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