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Capital

Acusada de calote, universitária alega má gestão de dinheiro de formandos

Paula Vitorino | 03/02/2012 18:42
Universitária que deu o calote nos colegas às vésperas de formatura chega à Delegacia. (Foto: Marlon Ganassin)
Universitária que deu o calote nos colegas às vésperas de formatura chega à Delegacia. (Foto: Marlon Ganassin)

A formanda do curso de Enfermagem da Uniderp, Érica Rocha de Arruda, de 21 anos, acusada de sumir com parte da verba da semana de formatura, se apresentou espontaneamente nesta tarde na 1ª Delegacia de Polícia Civil para contar a sua versão dos fatos.

Ela não quis conversar com a imprensa, mas de acordo com o seu advogado, Fábio da Rosa, o que aconteceu foi uma má organização de recursos. “Não houve apropriação indébita de dinheiro nenhum, o que aconteceu foi um equívoco da parte dela na projeção do que seria gasto na formatura”, diz.

Segundo a versão apresentada pelo advogado, Érica, que ocupava o cargo de presidente e tesoureira da comissão de formatura, calculou mal o valor que seria necessário para fazer as festas da formatura e só percebeu a diferença do total arrecadado do orçamento final às vésperas da festa.

Sobre os valores depositados diretamente na conta da presidente e o fato dela ter comunicado o rombo às vésperas da formatura, o advogado informou que ainda está se inteirando do caso e precisa se informar dos detalhes.

A formanda comunicou os colegas de turma sobre o rombo na formatura quando todos estavam se preparando para entrar na boate, primeira etapa dos festejos, às 20h de quarta-feira (1).

A boate era a única etapa da formatura que já tinha sido totalmente paga, mas a festa aconteceu só para os convidados, já que a maioria dos formandos passou a noite fazendo contas e avisando os familiares sobre o calote.

De acordo com os formandos, apenas 60% da formatura estava paga. Eles acusam a presidente da formatura de sumir com pelo menos R$ 34 mil da conta da formatura e outros valores que teriam sido pagos diretamente a ela, além de prêmios de rifas que não foram repassados.

A boate era a única coisa totalmente paga, mas faltava a decoração e a música da missa e da colação de grau. Já o baile, programado para 600 convidados, está sem banda e com o buffet pago para apenas 250 pessoas.

Seis dos 34 formandos que estavam pagando as mensalidades do baile registraram boletim de ocorrência ontem. O caso é investigado pela delegada Christiane Grossi de Araujo, que deve esclarecer se houve apropriação indébita ou um erro de administração das contas.

A delegada explica que a apropriação indébita só pode ser caracterizada se for comprovado que Érica utilizou parte dos recursos destinados a formatura para outros fins.

“Se ela comprovar que recebeu X e gastou todo esse valor no pagamento das contas da formatura, aí o que houve foi uma má administração, ou seja, ela calculou um gasto menor do que realmente seria necessário e depois acabou se enrolando”, diz.

A Polícia Civil está com os extratos bancários da conta pessoal de Érica da Caixa Econômica Federal. O objetivo é comprovar se houve transferência de valores da conta de formatura para a sua pessoal e depósitos feitos pelos formandos diretamente na conta da presidente, como afirmam os demais formandos.

Na terça-feira (7), a delegada irá ouvir os demais formandos da turma de Enfermagem para tentar reunir provas que comprovem o calote. Ela ressalta que todos os participantes da formatura devem comparecer a delegacia, ao longo de todo o dia, e levar os comprovantes e recibos de pagamento que tiverem.

Improvisada - Desde que foram comunicados do calote, os participantes da formatura iniciaram um mutirão para angariar recursos e concluir os festejos da formatura.

De acordo com a formanda Talita Araújo Valentim, de 28 anos, os estudantes conseguiram muitas doações e o baile de formatura vai ser feito.

A turma de Enfermagem ganhou a decoração da colação de grau e do baile, além de reunir cerca de R$ 2 e 3 mil entre “vaquinha” feita pelos estudantes.

Mas os convites para cada formando no baile foram reduzidos de 20 para 8. “Conseguimos muitas doações e a festa vai sair. Não vai ser como queríamos, mas pelo menos nossos convidados vão poder ir”, diz.

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