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Após 45 anos, Correio do Estado deixa Calógeras e prédio deve virar Planurb

Referência na geografia da cidade, imóvel vai ser locado pela prefeitura

Por Aline dos Santos | 21/05/2025 12:50
 Após 45 anos, Correio do Estado deixa Calógeras e prédio deve virar Planurb
Prédio na Avenida Calógeras foi sede de jornal por 4 décadas. (Foto: Marcos Maluf)

Jornal mais antigo de Campo Grande, o terceiro de Mato Grosso do Sul, o Correio do Estado deixou a Avenida Calógeras e se mudou para a Rua 26 de Agosto, no Centro de Campo Grande. Após 45 anos, o que fez o prédio do jornal se tornar uma referência na geografia da cidade, o imóvel deve ser alugado pela prefeitura, com a instalação da estrutura da Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano).

RESUMO

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O jornal Correio do Estado, segundo mais antigo de Mato Grosso do Sul, mudou sua sede após 45 anos na Avenida Calógeras para a Rua 26 de Agosto, no Centro de Campo Grande. O prédio antigo, que se tornou referência na geografia da cidade, deve ser alugado pela prefeitura para abrigar a Planurb. Com 71 anos de história, o jornal mantém 90 funcionários e uma tiragem diária entre 8 e 9 mil exemplares, circulando na Capital e em 37 municípios. A mudança preservou o tradicional "cafofo", espaço de encontros e networking, e o arquivo do jornal será mantido em um galpão junto à gráfica.

Com 71 anos de história, o jornal trocou o prédio na Calógeras, com térreo e três pavimentos, por sobrado na 26 de Agosto, no centro da cidade. Será a terceira sede do Correio do Estado, que, nos primórdios, funcionou na Rua 14 de Julho, entre a Cândido Mariano e a Maracaju.

 Após 45 anos, Correio do Estado deixa Calógeras e prédio deve virar Planurb
Marcos Fernando Alves Rodrigues é diretor do Correio do Estado. (Foto: Henrique Kawaminami)

Antes, o imóvel da 26 de Agosto era dedicado exclusivamente aos classificados. A estrutura era separada porque o prédio da redação não conseguia comportar tanto público. A estimativa era de que 500 pessoas procurassem o setor de anúncios diariamente.

“Em 2020, quando começou a covid, levamos o setor de classificados para a Calógeras, para ficar mais compacto. Posteriormente, nós colocamos esse prédio [da 26 de Agosto] para alugar. Com o passar do tempo, a gente viu que o prédio da Calógeras estava ficando muito grande para a nossa estrutura”, afirma Marcos Fernando Alves Rodrigues, diretor do Correio do Estado.

O quadro conta com 90 funcionários, sendo 70 empregos diretos e 20 terceirizados.

Marcos faz parte da terceira geração da família a comandar o jornal, fundado pelo avô José Barbosa Rodrigues. A primeira edição circulou em 7 de fevereiro de 1954. O jornal só não é mais antigo do que O Progresso, em Dourados.

Desde que me lembro por gente, eu já ia lá na Calógeras. Acredito que o jornal funcionava ali desde 1980. Era o prédio com a gráfica no fundo. Agora, ele está sendo reformado para ser alugado. Está em fase de contrato. Costumo dizer que nós mudamos de endereço, mas não mudamos a nossa ética e não abrimos mão da nossa credibilidade”, diz Rodrigues.

Ele conta que está há 25 anos no jornal, onde entrou a pedido do avô. A solicitação era que o neto fizesse as cartinhas para os assinantes. “Eu comecei pelas cartinhas. Fui passando pelo almoxarifado, gráfica, circulação, comercial. Sou da época do Telex”, rememora o diretor.

 Após 45 anos, Correio do Estado deixa Calógeras e prédio deve virar Planurb
Redação do jornal Correio do Estado agora é na 26 de Agosto. (Foto: Henrique Kawaminami)

Com o avanço da internet, houve a retração do noticiário impresso. Se no auge, eram 15 mil jornais impressos por dia, atualmente, a tiragem varia de 8 mil a 9 mil, com circulação na Capital e mais 37 municípios. Sendo cinco mil para assinantes.

“Nós tivemos que nos reinventar. A gente não pode ser hipócrita. A circulação de jornais em todo Brasil teve uma queda. E não diferente, o Correio do Estado também teve. A gente começou a ter uma visão mais forte para o digital. Sabendo que nós podemos ter a hegemonia na questão do impresso, porém nós temos dois grandes veículos on-line no Estado. E nós estamos buscando o nosso espaço nessa briga saudável. Quando a gente faz essa opção de fortalecer o digital, decide não trabalhar tanto o factual, mas com algumas matérias mais elaboradas”, diz o diretor do Correio do Estado.

 Após 45 anos, Correio do Estado deixa Calógeras e prédio deve virar Planurb
Sede do Correio do Estado na Rua 26 de Agosto, esquina com a 14 de Julho. (Foto: Henrique Kawaminami)

O cafofo - De casa nova, o jornal manteve, além dos setores tradicionais, como redação, financeiro e recursos humanos, o icônico “cafofo”. Espaço afamado por encontros e conversas com o empresário Antonio João Hugo Rodrigues, tio de Marcos, no último andar do prédio do jornal na Calógeras. Ele morreu em 2023.

O diretor conta que, numa releitura, o cafofo terá tanto almoço quanto happy hour para os visitantes.

 Após 45 anos, Correio do Estado deixa Calógeras e prédio deve virar Planurb
Marcos conta que jornal muda de local, mas segue com o icônico "cafofo". (Foto: Henrique Kawaminami)

“Eu vou manter. Foi uma das questões que pedi quando foi feita essa reformulação. Preciso do meu cafofo. Você faz networking. O cafofo começou como bardoso. Porque era um barzinho na TV. E ali o Antonio João chamava as pessoas para happy hour. Ele não bebia. Aí, pela facilidade, começou a almoçar no bardoso. E depois virou cafofo, quando mudou da TV para o prédio da Calógeras” conta Rodrigues .

O arquivo do jornal será mantido num galpão ao lado da gráfica do Correio do Estado. O contrato com a prefeitura e valor do aluguel ainda não foi publicado.

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Prédio da Avenida Calógeras será alugado pela prefeitura de Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)

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