Após 45 anos, Correio do Estado deixa Calógeras e prédio deve virar Planurb
Referência na geografia da cidade, imóvel vai ser locado pela prefeitura
Jornal mais antigo de Campo Grande, o terceiro de Mato Grosso do Sul, o Correio do Estado deixou a Avenida Calógeras e se mudou para a Rua 26 de Agosto, no Centro de Campo Grande. Após 45 anos, o que fez o prédio do jornal se tornar uma referência na geografia da cidade, o imóvel deve ser alugado pela prefeitura, com a instalação da estrutura da Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano).
RESUMO
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O jornal Correio do Estado, segundo mais antigo de Mato Grosso do Sul, mudou sua sede após 45 anos na Avenida Calógeras para a Rua 26 de Agosto, no Centro de Campo Grande. O prédio antigo, que se tornou referência na geografia da cidade, deve ser alugado pela prefeitura para abrigar a Planurb. Com 71 anos de história, o jornal mantém 90 funcionários e uma tiragem diária entre 8 e 9 mil exemplares, circulando na Capital e em 37 municípios. A mudança preservou o tradicional "cafofo", espaço de encontros e networking, e o arquivo do jornal será mantido em um galpão junto à gráfica.
Com 71 anos de história, o jornal trocou o prédio na Calógeras, com térreo e três pavimentos, por sobrado na 26 de Agosto, no centro da cidade. Será a terceira sede do Correio do Estado, que, nos primórdios, funcionou na Rua 14 de Julho, entre a Cândido Mariano e a Maracaju.
Antes, o imóvel da 26 de Agosto era dedicado exclusivamente aos classificados. A estrutura era separada porque o prédio da redação não conseguia comportar tanto público. A estimativa era de que 500 pessoas procurassem o setor de anúncios diariamente.
“Em 2020, quando começou a covid, levamos o setor de classificados para a Calógeras, para ficar mais compacto. Posteriormente, nós colocamos esse prédio [da 26 de Agosto] para alugar. Com o passar do tempo, a gente viu que o prédio da Calógeras estava ficando muito grande para a nossa estrutura”, afirma Marcos Fernando Alves Rodrigues, diretor do Correio do Estado.
O quadro conta com 90 funcionários, sendo 70 empregos diretos e 20 terceirizados.
Marcos faz parte da terceira geração da família a comandar o jornal, fundado pelo avô José Barbosa Rodrigues. A primeira edição circulou em 7 de fevereiro de 1954. O jornal só não é mais antigo do que O Progresso, em Dourados.
Desde que me lembro por gente, eu já ia lá na Calógeras. Acredito que o jornal funcionava ali desde 1980. Era o prédio com a gráfica no fundo. Agora, ele está sendo reformado para ser alugado. Está em fase de contrato. Costumo dizer que nós mudamos de endereço, mas não mudamos a nossa ética e não abrimos mão da nossa credibilidade”, diz Rodrigues.
Ele conta que está há 25 anos no jornal, onde entrou a pedido do avô. A solicitação era que o neto fizesse as cartinhas para os assinantes. “Eu comecei pelas cartinhas. Fui passando pelo almoxarifado, gráfica, circulação, comercial. Sou da época do Telex”, rememora o diretor.
Com o avanço da internet, houve a retração do noticiário impresso. Se no auge, eram 15 mil jornais impressos por dia, atualmente, a tiragem varia de 8 mil a 9 mil, com circulação na Capital e mais 37 municípios. Sendo cinco mil para assinantes.
“Nós tivemos que nos reinventar. A gente não pode ser hipócrita. A circulação de jornais em todo Brasil teve uma queda. E não diferente, o Correio do Estado também teve. A gente começou a ter uma visão mais forte para o digital. Sabendo que nós podemos ter a hegemonia na questão do impresso, porém nós temos dois grandes veículos on-line no Estado. E nós estamos buscando o nosso espaço nessa briga saudável. Quando a gente faz essa opção de fortalecer o digital, decide não trabalhar tanto o factual, mas com algumas matérias mais elaboradas”, diz o diretor do Correio do Estado.

O cafofo - De casa nova, o jornal manteve, além dos setores tradicionais, como redação, financeiro e recursos humanos, o icônico “cafofo”. Espaço afamado por encontros e conversas com o empresário Antonio João Hugo Rodrigues, tio de Marcos, no último andar do prédio do jornal na Calógeras. Ele morreu em 2023.
O diretor conta que, numa releitura, o cafofo terá tanto almoço quanto happy hour para os visitantes.

“Eu vou manter. Foi uma das questões que pedi quando foi feita essa reformulação. Preciso do meu cafofo. Você faz networking. O cafofo começou como bardoso. Porque era um barzinho na TV. E ali o Antonio João chamava as pessoas para happy hour. Ele não bebia. Aí, pela facilidade, começou a almoçar no bardoso. E depois virou cafofo, quando mudou da TV para o prédio da Calógeras” conta Rodrigues .
O arquivo do jornal será mantido num galpão ao lado da gráfica do Correio do Estado. O contrato com a prefeitura e valor do aluguel ainda não foi publicado.
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