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Capital

Após dois assassinatos, mulher pensa em mudar de bairro e abandonar bar

Renan Nucci | 09/02/2015 08:55
Dona do bar usou terra para cobrir manchas de sangue do local onde um rapaz foi morto. (Foto: Marcelo Calazans)
Dona do bar usou terra para cobrir manchas de sangue do local onde um rapaz foi morto. (Foto: Marcelo Calazans)
Bar localizado no Bairro Almeida Lima já foi palco de dois homicídios. (Foto: Marcelo Calazans)
Bar localizado no Bairro Almeida Lima já foi palco de dois homicídios. (Foto: Marcelo Calazans)

A comerciante Rosameiry da Silva Souza, 55 anos, não consegue tirar da cabeça as imagens do homicídio que testemunhou no final da noite de sábado (07), em frente ao bar que administra com a filha de 30 anos na Rua Engenheiro Américo Carvalho Baís, no Bairro Almeida Lima, na saída para Aquidauana, em Campo Grande. Esta foi a segunda morte no local. Com medo da violência, ela pensa em mudar de endereço e até mesmo deixar o ramo. “É complicado trabalhar com bebida”, desabafa.

Era por volta das 23h quando Daniel Augusto Martinez de Almeida, 27 anos, se preparava para ir embora do bar. Ele estava no local desde às 22h, bebendo com mais quatro pessoas, entre elas uma mulher identificada como Tânia, a filha dela, e dois rapazes. Ao abaixar para pegar o boné, Daniel recebeu uma facada na nuca e caiu, sendo brutalmente assassinado com mais 18 golpes por um dos rapazes que o acompanhava. As causas do crime ainda são desconhecidas.

Rosa, como é mais conhecida a proprietária, disse que estava fechando as portas do estabelecimento e só esperava a saída do grupo. Quando as agressões começaram, ela e a filha recolhiam mesas e cadeiras - elas presenciaram tudo. “Já tinha servido a última cerveja e disse para eles que ia fechar, quando um começou a furar o outro com a faca. O rapaz ferido não teve chances de reagir, ele só caiu encolhido, agonizando até morrer. Nem deu tempo de ser socorrido”, relatou.

Após a ação, o grupo deixou o local, mas antes, Tânia e Rosa se desentenderam. Enquanto Daniel era esfaqueado, Rosa entrou em choque e começou a gritar desesperadamente, ofendendo Tânia. “Na hora do desespero eu gritei muito e chamei ela de miserável, porque sei que se ela quisesse, poderia ter evitado isso. Ela então veio pra cima de mim falando que ia me matar, e tive que me trancar atrás das grades do bar”, relatou.

Temendo por sua segurança, a comerciante quer se mudar de bairro. “Preciso sair daqui. Não sei o que pode acontecer”. Ela alega que em dez anos funcionando no mesmo local, o bar já foi palco de dois assassinatos. “Antes desse caso, um homem foi morto aqui há dois anos, a tiros. Trabalhar com bebida é complicado. Nunca tive problemas de bagunça, mas sempre tem aquele que bebe um pouco mais e me preocupa”.

Crime – De acordo com o boletim de ocorrência, Daniel estava foragido do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, onde cumpria pena em regime semiaberto. Equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e do Corpo de Bombeiros foram acionadas, mas o encontraram sem vida.

Tânia chegou a prestar depoimento à polícia, no entanto, a história apresentava inúmeras contradições. Ela também impediu que a filha desse a sua versão sobre os fatos.

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