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Capital

Após foto com bebida, juiz manda prender réu pela morte de Brunão

Christiano Luna de Almeida foi flagrado com uma caneca de cerveja em um restaurante da Capital

Luana Rodrigues | 30/06/2017 14:38
Christiano Almeida foi flagrado por amigos da vítima enquanto supostamente bebia em restaurante (Foto: Direto das Ruas)
Christiano Almeida foi flagrado por amigos da vítima enquanto supostamente bebia em restaurante (Foto: Direto das Ruas)

O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, decretou nesta sexta-feira (30) a prisão preventiva de Christiano Luna de Almeida, 29 anos. Acusado pela morte de Jeferson Bruno Escobar, o Brunão, 23, o réu teria infringido uma das medidas restritivas imposta pela Justiça para que continuasse em liberdade, por isso teve o habeas corpus revogado.

O acusado já foi preso pelas autoridades policiais e encontra-se recolhido à disposição da Justiça. O promotor Douglas Oldegardo, do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, pediu à Justiça a prisão do agora confeiteiro, após o Campo Grande News divulgar uma foto dele, supostamente, consumindo bebidas alcoólicas em um restaurante no Shopping Campo Grande.

“Depois que as fotos dele foram vazadas publicamente na internet, apareceram diversos relatos de gente que o viu em conveniência ou curtindo a noite”, disse um amigo da família, que preferiu não se identificar.

Segundo ele, a foto foi tirada por volta das 20h30, quando familiares de Brunão deixavam o shopping e reconheceram o acusado no local. “Ele tentou disfarçar, abaixou o boné, mas não tinha como mentir”, relatou.

O habeas corpus conseguido por Luna para aguardar julgamento em liberdade vetava, entre outras coisas, o consumo de álcool.

O caso - Brunão morreu em 19 de março de 2011. Na ocasião, ele virou alvo de Almeida ao tentar retirá-lo de dentro da casa noturna após uma briga generalizada. Acabou linchado pelo acusado, bacharel em direito e praticante de artes marciais, do lado de fora do local.

O julgamento do hoje confeiteiro aconteceria em dezembro do ano seguinte, mas o assistente de acusação foi ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) adiar o júri pedindo que a condenação inclua as duas qualificadoras do indiciamento por homicídio retirados pela defesa: motivo fútil e falta de chance de defesa da vítima.

Desde então é esperada uma resposta do recurso que corre em Brasília para que haja o tribunal do júri. Caso o recurso da acusação seja negado, Almeida seria julgado por assassinato simples, pegando até 20 anos de prisão e benefícios por ser réu primário. Com as qualificadoras se enquadraria em crime hediondo.

“Não se pode dizer que ele tinha a intenção de matar”, ponderou o advogado do acusado, José Belga Assis Trad.

“Estamos otimistas para termos uma resposta positiva ainda neste ano e retornarmos para que aconteça o júri”, apontou o assistente de acusação e advogado da família, Rodrigo Martins Alcântara.

À espera de uma decisão, Almeira desistiu do sonho do direito para virar confeiteiro especialista em bolos, começar a freqüentar a igreja e participar de atividades beneficentes, como a produção de bolo de casamento do dia de Santo Antônio.

O acusado, contudo, tem de cumprir normas estabelecidas pelo desembargador Manoel Mendes Carli para se manter em liberdade, tais como estar em sua casa até às 22h, não freqüentar locais como casas noturnas e, claro, consumir bebidas alcoólicas.

O promotor do caso, Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, entrou na última sexta-feira com o pedido de prisão, ocorrido um dia antes. Almeida foi flagrado por familiares de Brunão.

Na última segunda-feira, Santos anexou a seu pedido novos relatos de testemunhas que o procuraram no MPE contando que o réu foi flagrado durante o final de semana em diversas casas noturnas da Capital, de madrugada (o que também é proibido) e bebendo.

 - Matéria atualizada às 14h57, para acréscimo de informações

 

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