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Capital

Barulho e sujeira de oficinas mecânicas tiram o sono de vizinhos

Paula Vitorino | 09/04/2012 08:17
Oficinas são sinônimo de transtorno em diversos pontos da Capital. (Fotos: Pedro Peralta)
Oficinas são sinônimo de transtorno em diversos pontos da Capital. (Fotos: Pedro Peralta)

Espalhadas por todos os bairros de Campo Grande, as oficinas mecânicas são o socorro dos motoristas, mas o pesadelo de quem mora ao lado. O barulho e a sujeira provocados pelo ofício diário dos estabelecimentos tiram o sono dos vizinhos durante a noite e causam transtornos durante o dia.

No bairro Guanandi, moradores contam que sofrem com a poluição sonora e ambiental há mais de 10 anos, provocadas por duas oficinas na região.

“É bateção o dia todo. E ainda tem a sujeira. A fuligem impregna tudo, se deixar um pouco de água parado já fica preto”, diz um dos vizinhos, que não quis se identificar.

Na tentativa de terminar com os problemas, os vizinhos já protocolaram denúncia no MPE (Ministério Público Estadual) e fizeram diversas reclamações para a Prefeitura.

“Se do lado de fora dá para escutar o barulho, imagina como é para quem vive aqui dentro. Pra mim é como se oficina funcionasse dentro da minha casa”, reclama outro vizinho, que preferiu não se identificar.

Na região do bairro São Bento, outro vizinho denuncia os transtornos de morar ao lado de uma oficina. “A gente não tem tranquilidade e não pode fazer nada”, diz.

Os vizinhos reclamam da falta de fiscalização e afirmam que acabam ficando “reféns” por medo de denunciar e sofrerem represálias.

“Só fiscalizam mediante denúncia, então, se vierem fiscalizar os proprietários vão saber que fui que denunciei, é claro”, diz.

Morador reclama de fuligem provocada por oficinas vizinhas.
Morador reclama de fuligem provocada por oficinas vizinhas.

É legal? - A diretora do departamento de licenciamento e monitoramento ambiental da Semadur, Denise Name, explica que não existe equipe suficiente para fiscalizar todas as oficinas da Capital.

Por isso, os flagrantes podem acontecer durante fiscalizações de rotina em pontos da cidade, quando são encontradas irregularidades, ou mediante denúncias.

Ela também explica que a identificação do denunciante é fundamental para os fiscais verificarem dentro da residência a incidência do som e poluentes.

“O barulho que sai para a rua não é o mesmo que sai pro vizinho”, diz.

Ela também garante que todas as denúncias são checadas e caso seja encontrada alguma irregularidade os proprietários são notificados e multados, podendo até perder o alvará de funcionamento.

O que deve se feito - Os moradores questionam sobre as exigências para o funcionamento de oficinas em áreas residências.

A diretora esclarece que todos os estabelecimentos precisam ter licença ambiental, além disso os proprietários são orientados a afastar os equipamentos ruidosos das divisas dos terrenos ou colocar uma parede que minimize os ruídos.

As oficinas também precisam ter caixas separadoras de resíduos e equipamentos para evitar a dispersão de resíduos, como poeira e fuligem.


Ela ainda explica que o isolamento acústico depende do tipo de estabelecimento e do local em que está localizado. “Não podemos pedir o isolamento acústico pra todas as oficinas. A questão ambiental não pode chegar ao ponto de inviabilizar que as pessoas trabalhem”, diz.

Dependendo do tipo de serviço oferecido por cada oficina, é exigida uma licença específica, que é checada durante a fiscalização. Em 2011, foram aplicadas 805 multas por estabelecimentos funcionarem sem licença ou em desacordo com ela. O valor da multa varia de R$ 500 a R$ 3 mil.

Já por lançamentos de poluentes foram aplicadas 56 multas, que variam entre o valor de R$ 1.542,50 e R$ 6.170 mil.

As denúncias podem ser feitas pelo telefone (67) 3314-3298. A diretora frisa que os denunciantes devem informar todos os dados para facilitar encontrar o local, como também o horário de maior incômodo da oficina.

“Dessa forma podemos ir ao local naquele horário específico e aumentar as chances de flagrar irregularidades”, diz.

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