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Capital

Bernal reage às cobranças e aconselha catador a trabalhar

Aline dos Santos e Leonardo Rocha | 20/09/2013 11:25
Com dedo em riste, Bernal afirmou que se sentiu desrespeitado. (Foto: Cleber Gellio)
Com dedo em riste, Bernal afirmou que se sentiu desrespeitado. (Foto: Cleber Gellio)

O evento para formalizar o empréstimo de R$ 43 mil para catadores que perderam tudo com incêndio na unidade de triagem, no bairro Dom Antônio Barbosa, foi marcado por uma batalha de discursos nesta sexta-feira. Exaltado, o prefeito Alcides Bernal (PP) mandou os catadores trabalharem.

Primeiro a falar, o presidente da Coopermaras, Daniel Arguello, afirmou que o poder público precisa parar de dar tapas nas costas e fazer políticas públicas eficazes. “Nós precisamos de mais ação do poder público. Trazer recurso a fundo perdido”, disse. Ele classificou o empréstimo como louvável, mas reiterou que os catadores enfrentam muitas dificuldades financeiras. “Estamos perdendo muito com o fechamento do lixão”.

A situação econômica também foi lembrada pelo presidente da Coopernova, Eduardo César. “Tiramos R$ 400, R$ 600 por mês. É muito pouco. Não queremos o peixe, queremos condições para pescar”, comparou. Conforme os catadores, para estabelecer convênio com o governo federal, a UTR (Usina de Triagem de Resíduos) precisa de licença ambiental e de documentação.

Logo em seguida, a titular da SAS (Secretaria Municipal de Políticas e Ações Sociais e Cidadania), Thaís Helena (PT), saiu em defesa da atual administração. “As condições da usina são fruto da gestão passada, que entregou uma UTR que não merece nem ser chamada de UTR. A ajuda foi uma forma de diminuir as perdas que aconteceu no domingo. Só podemos fazer o que está na lei, não podemos doar o dinheiro”, afirmou.

Por meio da Funsat (Fundação Social do Trabalho), a Prefeitura repassou um cheque de R$ 1 mil para 43 catadores da Coopermaras. O pagamento será em 12 vezes de R$ 89,40 e a primeira parcela vence em janeiro de 2014.

A cobrança dos trabalhadores levou o prefeito a um discurso exaltado, que incluiu um pedido de desculpas no final. “Quero que vocês trabalhem e paguem esse empréstimo. Não quero que vocês fiquem iguais a mendigos, pedindo dinheiro. Os senhores não precisam de favor, pois são microempresários. Eu não vim aqui para endividar. As pessoas que pensam assim, só pensam de forma negativa”, reclamou.

Bernal também culpou a gestão passada pela atual situação dos catadores. “É fácil cobrar dos outros, esse local foi entregue na gestão anterior sem a menor condição e foi aplaudido por vocês. Não tenho medo de cara feia”, esbravejou, com dedo em riste.

Ao término do discurso, o prefeito se desculpou pelo tom inflamado. “Esse lixão, eu chamo de espaço de humilhação. Desculpa se fiquei alterado, mas eu não gosto de ser desrespeitado”, disse. No fim, acabou aplaudido. O evento foi em um salão próximo ao lixão, na saída para Sidrolândia, e teve público de cem pessoas.

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