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Capital

Com defesa indefinida após segunda prisão, 'Coreia' ficará no Garras

Bento Duailibi revelou que representa Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais e apenas acompanhou prisão do policial

Luana Rodrigues | 05/01/2017 17:55
Advogado Bento Adriano Monteiro Duailibi, disse que representa sindicato dos policiais rodoviários federais, e não o policial Ricardo Hyun Su Moon, particularmente. (Foto: Fernando Antunes)
Advogado Bento Adriano Monteiro Duailibi, disse que representa sindicato dos policiais rodoviários federais, e não o policial Ricardo Hyun Su Moon, particularmente. (Foto: Fernando Antunes)

Preso desde a manhã desta quinta-feira (05), o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 47 anos, ainda não tem uma defesa definida. Ele não advogado particular e deve permanecer em uma cela do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) até que haja nova ordem da Justiça.

Por telefone, o advogado Bento Adriano Monteiro Duailibi, que esteve no Garras na manhã de hoje acompanhando a prisão do coreano, informou que representa o SINPRF (Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais), e não o policial particularmente, por isso não pode falar sobre o caso. “O mesmo (Ricardo) tem a liberdade de continuar conosco ou não, assim, por ora, a pedido do presidente da entidade, vamos nos manter em silêncio”, disse.

Prisão - O policial rodoviário federal foi detido em casa, segundo funcionários do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), onde fez os exames por volta das 8h. Ele estava em uma viatura policial descaracterizada do Garras e trocou pelo menos duas vezes de veículo no trajeto para despistar a imprensa.

Segundo o delegado Fabio Peró, do Garras, Ricardo deve continuar na delegacia até “segunda ordem”. “Até ordem da minha diretoria ou do judiciário, ele ficará aqui”, explicou.

O delegado explicou que Moon não prestou nenhum depoimento no Garras, já que o caso está com a 1ª Delegacia de Polícia Civil.

Justiça – O pedido de prisão preventiva feito pelo MPE na última quarta-feira foi aceito pelo juiz José de Andrade Neto, o mesmo que havia concedido a liberdade provisória ao policial após seu indiciamento em flagrante no dia do ocorrido.

Após sua primeira decisão, o juiz foi alvo de reclamação da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), que anunciou que entraria com representação sobre o caso no CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

“Com a apresentação de novas provas e elementos objetivos, este juízo verificou a necessidade de ser decretada a prisão preventiva do indiciado Ricardo, para garantir que não haja qualquer tipo de contaminação ou influência na apuração dos dados, para garantir a integridade da instrução criminal”, informou o magistrado em sua nova decisão.

Crime - Ricardo Hyun Su Moon conduzia sua Mitsubishi Pajero prata naquela manhã em sentido à rodoviária, onde embarcaria para Corumbá (a419km de Campo Grande), seu posto de trabalho na PRF. Após uma suposta briga de trânsito, ele atirou sete vezes contra a Hilux branca do empresário.

Nascimento, dono de dois restaurantes japoneses na cidade, morreu na hora, perdeu o controle do veículo e bateu em um poste. Um jovem de 17 anos que o acompanha foi baleado nas pernas. Outro acompanhante no veículo, um supervisor comercial, de 48, quebrou o braço esquerdo e sofreu escoriações com a batida. Ambos foram socorridos conscientes.

O policial ficou no local do crime e chegou até a discutir com uma das vítimas, mas não foi preso na ocasião, mesmo havendo policiais militares no local. Posteriormente, ele acabou sendo indiciado em flagrante ao comparecer na delegacia com um advogado e representante da PRF.

Em seu depoimento, Moon disse que agiu em legítima defesa. Afirmou que as vítimas não o obedeceram mesmo após ele se identificar como policial, que tentaram lhe atropelar ao fugir dele e que viu um objeto escuro que poderia ser uma arma na mão de uma das vítimas.

A Polícia Civil de Campo Grande investiga o caso como homicídio em inquérito. O prazo para conclusão da apuração é de 30 dias.

Na nova acusação formalizada, o Ministério Público Estadual pede para que a Polícia Civil investigue também a postura da PM no atendimento da ocorrência. No entendimento dos promotores, houve favorecimento a Moon na forma de atuação.

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