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Capital

Preso pela segunda vez, policial troca de advogado, que ainda analisa caso

Contratado ainda nesta manhã, Bento Duailibi foi à sede do Garras acompanhar depoimento de Ricardo Moon e revelou que precisa analisar processo antes de buscar recursos judiciais

Rafael Ribeiro e Marcus Moura | 05/01/2017 10:15
Novo defensor de policial preferiu a cautela após deixar sede do Garras (Foto: Fernando Antunes)
Novo defensor de policial preferiu a cautela após deixar sede do Garras (Foto: Fernando Antunes)

O novo advogado do policial rodoviário federal preso na manhã desta quinta-feira (5) se mostrou cauteloso ao deixar a sede do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), onde Ricardo Hyun Su Moon, 47 anos, foi levado após a Justiça acatar o pedido de prisão preventiva pelo assassinato a tiros do empresário Adriano Correia do Nascimento, 33, em suposta briga de trânsito ocorrida no dia 31 de dezembro, na avenida Ernesto Geisel.

Bento Adriano Monteiro Duailibi acompanhou parte do processo de prisão de seu cliente e do novo depoimento formal dado, mas alega que prefere estudar um pouco mais a acusação formal de homicídio de Nascimento e tentativa de assassinato das duas outras vítimas antes de tomar atitudes judiciais cabíveis.

“A princípio nós vamos estudar todo o caso para só aí, depois, dar um parecer e buscar a melhor atitude judicial possível”, destacou Duailibi.

O próprio advogado revelou que foi contratado somente nesta manhã, por isso está desinformado. “Tudo o que envolve o processo, são coisas que vamos averiguar depois”, apontou.

Márcio Messias Oliveira foi o defensor do policial rodoviário no seu indiciamento em flagrante pela Polícia Civol no dia do ocorrido. O Campo Grande News tentou contato com ele, mas não teve retorno até a conclusão desta reportagem. O motivo da troca de advogados não foi revelado.

Prisão – Moon foi detido em sua casa, segundo funcionários do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), onde fez os exames por volta das 8h. Ele estava em uma viatura policial descaracterizada do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e trocou pelo menos duas vezes de veículo no trajeto para despistar a imprensa.


Segundo policiais civis, apesar do pedido feito pelo Ministério Público Estadual ter sido acatado pela Justiça à noite, somente pela manhã os investigadores tiveram acesso ao documento. Oficialmente, o órgão diz que se manifestará sobre o assunto somente à tarde.


Justiça – O pedido de prisão preventiva feito pelo MPE na última quarta-feira foi aceito pelo juiz José de Andrade Neto, o mesmo que havia concedido a liberdade provisória ao policial após seu indiciamento em flagrante no dia do ocorrido.

Após sua primeira decisão, o juiz foi alvo de reclamação da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), que anunciou que entraria com representação sobre o caso no CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

“Com a apresentação de novas provas e elementos objetivos, este juízo verificou a necessidade de ser decretada a prisão preventiva do indiciado Ricardo, para garantir que não haja qualquer tipo de contaminação ou influência na apuração dos dados, para garantir a integridade da instrução criminal”, informou o magistrado em sua nova decisão.


Crime - Ricardo Hyun Su Moon conduzia sua Mitsubishi Pajero prata naquela manhã em sentido à rodoviária, onde embarcaria para Corumbá (a419km de Campo Grande), seu posto de trabalho na PRF. Após uma suposta briga de trânsito, ele atirou sete vezes contra a Hilux branca do empresário.


Nascimento, dono de dois restaurantes japoneses na cidade, morreu na hora, perdeu o controle do veículo e bateu em um poste. Um jovem de 17 anos que o acompanha foi baleado nas pernas. Outro acompanhante no veículo, um supervisor comercial, de 48, quebrou o braço esquerdo e sofreu escoriações com a batida. Ambos foram socorridos conscientes.

O policial ficou no local do crime e chegou até a discutir com uma das vítimas, mas não foi preso na ocasião, mesmo havendo policiais militares no local. Posteriormente, ele acabou sendo indiciado em flagrante ao comparecer na delegacia com um advogado e representante da PRF.

Em seu depoimento, Moon disse que agiu em legítima defesa. Afirmou que as vítimas não o obedeceram mesmo após ele se identificar como policial, que tentaram lhe atropelar ao fugir dele e que viu um objeto escuro que poderia ser uma arma na mão de uma das vítimas.

A Polícia Civil de Campo Grande investiga o caso como homicídio em inquérito. Ouve testemunhas e as duas vítimas sobreviventes, além de rastrear autores das filmagens e ligações para a Polícia Militar. Uma reconstituição do fato deverá acontecer em até duas semanas. O prazo para conclusão da apuração é de 30 dias.

Na nova acusação formalizada, o Ministério Público Estadual pede para que a Polícia Civil investigue também a postura da PM no atendimento da ocorrência. No entendimento dos promotores, houve favorecimento a Moon na forma de atuação.

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