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Capital

Com lei sancionada, hospitais se preparam para receber pets

Santa Casa e Hospital Universitário veem com bons olhos a presença dos melhores amigos animais de quem tem rotina no hospital

Izabela Sanchez | 08/08/2019 16:53
No HU, projeto do "cãoterapeuta" levava os cães para animar as crianças na ala pediátrica (Foto: Divulgação/HU)
No HU, projeto do "cãoterapeuta" levava os cães para animar as crianças na ala pediátrica (Foto: Divulgação/HU)

A rotina de muita gente é marcada pelas paredes da sala de um hospital, vai e vem de funcionários e remédios. Bate a saudade não só da família e dos amigos, mas também do “melhor amigo animal”, que para muitos, é mais querido que os humanos. O bem estar promovido por essa relação embasa a já sancionada lei municipal, que agora autoriza a presença de animais de estimação em hospitais públicos de Campo Grande.

Na Santa Casa e no HU (Hospital Universitário) da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) a terapia com cães em casos específicos já acontece e a nova legislação é vista com bons olhos e foi classificada pela administração dos dois hospitais como “positiva”.

Como deve funcionar – A regulamentação da presença dos bichinhos fica a cargo dos hospitais, mas diversas regras são estabelecidas pela lei. Os animais de estimação devem estar higienizados, com laudo veterinário atestando as boas condições de saúde e a carteira de vacinação atualizada.

A entrada dos pets vai depender de autorização da comissão de infectologia dos hospitais. Para que possam entrar, vão ter que estar em caixas de transporte, mas também podem estar em guias, presos por coleiras ou similares, e se necessário, enforcador e focinheira nos cães, além da comprovação de banho e escovação nas últimas seis horas.

Há locais em que não podem entrar e que incluem, por exemplo, áreas de isolamento, quimioterapia, transplante, assistência a pacientes vítimas de queimaduras, centrais de material e esterilização e UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).

A presença deles também fica vetada em áreas de preparo de medicamentos, farmácia hospitalar e áreas de manipulação, além de processamento, preparação e armazenamento de alimentos.

Para a Santa Casa “animais domésticos de estimação em período de recuperação é vista como positiva pelos profissionais da área, resguardadas as questões de segurança de ambos”. O hospital afirma que já existe um projeto semelhante. Nesse projeto, explicou, por meio da assessoria de imprensa, cães participam de coterapia.

O objetivo é dar motivação aos pacientes, que apresentam melhora psicomotora e sensorial, além de contribuir na socialização. “O projeto que se pretende instituir em breve trabalhará com critérios de segurança exigentes na proteção dos atores e será acompanhado por equipe multiprofissional em todas as etapas. A autorização recebida pela Lei em questão traz implicações um pouco mais complexas que envolvem estrutura e, principalmente, ações relacionadas ao Controle de Infecções Hospitalares”, emendou o hospital.

Cãesterapeutas pelos corredores do HU (Foto: Divulgação/HU)
Cãesterapeutas pelos corredores do HU (Foto: Divulgação/HU)

Cãoterapia – O HU declarou “ver com bons olhos” a nova lei. “Já que os animais de estimação podem auxiliar na aceleração da recuperação da saúde dos pacientes, o que é positivo para o paciente e seus familiares e também para o Hospital, que pode dar rotatividade (receber novos pacientes) aos leitos em menor tempo”, disse, por meio da assessoria de imprensa.

Segundo o HU, a CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) e a direção já vão se reunir nos próximos dias para debater o projeto, definir horários e a melhor forma de aplicação.

“Eventualmente temos casos de pacientes que pedem para receber a visita de seus animais de estimação. Já tivemos casos de pacientes adultos terminais e pacientes pediátricos. Desde que o paciente não esteja em isolamento ou que a visita do animal de estimação não comprometa o quadro de saúde, o HU sempre autoriza a entrada, com as devidas precauções, que estão bem contempladas no projeto de lei”, comentou a assessoria de imprensa.

Outro projeto do hospital, o “Cãoterapeuta”, funcionava até o início de 2019. A iniciativa permitia a visitação de cães às crianças, pacientes da pediatria. As visitas eram rápidas, de aproximadamente 1h e permitia de 2 a 3 cães com monitoramento de enfermeiros e veterinários. O projeto, no entanto, foi suspenso temporariamente.

A reportagem entrou em contato com o Hospital Regional, por meio da assessoria de imprensa, mas até a conclusão da matéria não obteve resposta.

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