ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Com suspensão do TCE, Capital perderá R$ 700 milhões para saneamento

Nyelder Rodrigues e Liniker Ribeiro | 06/11/2017 22:22
Antes da suspensão, meta era ampliar para 100%
da cidade esgoto (Foto: Arquivo)/Divulgação)
Antes da suspensão, meta era ampliar para 100% da cidade esgoto (Foto: Arquivo)/Divulgação)

A suspensão da prorrogação do contrato entre Águas Guariroba e prefeitura - que originalmente vai até 2030, mas em 2012 foi aumentado para até 2060, com contrapartida da universalização do esgoto - pode fazer o setor de saneamento básico perder até R$ 700 milhões em investimentos em Campo Grande.

Depois de cinco anos, o TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) deu parecer negativo aos dois termos aditivos que mudavam o contrato e aumentava ele em 30 anos, fazendo com que as obras fossem suspensas nas três frentes de trabalho atuais - bairros Nova Lima, Aero Rancho e Vila Nasser.

Segundo o presidente da Águas Guariroba, Guillermo Deluca, caso persista a suspensão, a cidade pode perder até R$ 700 milhões em recursos que seriam usados, até 2025, para levar o esgoto para 100% da cidade.

O percentual exigido no contrato firmado em 2000 é 70%, mas na prorrogação foi acrescentado a exigência de universalização do serviço. Atualmente, Campo Grande conta com 80% de abrangência de coleta de esgoto, diz a Águas.

"Sem contar que, sem a universalização, persistem os danos ambientais causados pela não coleta completa do esgoto na cidade", emenda o Deluca ao falar de alguns dos problemas que podem ser acontecer.

Contrato - No contrato inicial, firmando em 18 de outubro de 2000 (período que a cidade era administrada pelo André Puccinelli, do PMDB) entre a concessionária e o município, válido até 2030, era exigido que o esgoto fosse implantado em apenas 70% da Capital até 2025.

Porém, dois termos foram adicionados ao contrato em 2012, na gestão do prefeito Nelsinho Trad (na época PMDB, hoje PTB), aumentando para até 2060 a concessão da Águas Guariroba e subindo o valor a ser investido de R$ 417 milhões para R$ 560 milhões. Em contrapartida, o serviço de esgoto teria que chegar a 100%.

A alegação na época foi de que havia desequilíbrio financeiro no contrato e, para evitar aumento de taxas, o acordo passou por readequação. Contudo, o ex-vereador Marcos Alex (PT) denunciou a situação, que além de analisado pelo TCE, foi alvo de apuração do MPE (Ministério Público Estadual).

Cinco anos depois, o conselheiro Jerson Domingos deu o parecer baseado em relatório da Ieama (Inspetoria de Engenharia, Arquitetura e Meio Ambiente), considerando que tal prorrogação foi descabida diante das demandas apresentadas pela Águas Guariroba, que vão desde decisões judiciais proibindo cobranças até desativação de estações.

Nos siga no Google Notícias