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Capital

Com troca na direção, agente implicado em tortura assume Unei Dom Bosco

Odenir Alves de Sousa foi dispensado depois de 4 meses no cargo. Novo diretor já foi afastado por acusações de tortura

Izabela Sanchez | 29/05/2020 10:14
Unei Dom Bosco, em Campo Grande, no dia de visita da família (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Unei Dom Bosco, em Campo Grande, no dia de visita da família (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

À frente da Unei (Unidade Educacional de Internação) Dom Bosco – para onde vão crianças e adolescentes em conflito com a lei – por apenas 4 meses, o agente de segurança socioeducativa Odenir Alves de Sousa foi dispensado da função. A dispensa foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta sexta-feira (29).

Quem assume a direção da Unei em Campo Grande é o agente de segurança socioeducativa Maurício César Lagoa. Ele já foi implicado em acusações de tortura e maus tratos contra os internos da Dom Bosco e chegou a ser afastado do cargo em 2017, junto com o então diretor Jean Lesseski Gouveia.

Máfia do cigarro – Quem comanda a SAS (Superintendência de Assistência Socioeducativa) é, agora, uma agente socioeducativa. Desde o dia 18 de maio Tatiana Rezende Nassar Cintra substitui, de forma interina, o coronel Kleber Haddad Lane, preso durante a Operação Avalanche, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), terceiro desdobramento da Operação Oiketikus, no âmbito das investigações sobre a máfia de contrabando de cigarro em Mato Grosso do Sul.

Haddad foi preso no dia 15 de maio. Antes da SAS, ele comandou o DOF (Departamento de Operações de Fronteira). Ele foi implicado no esquema em função de planilha apreendida na primeira fases da operação. O documento determina o pagamento de R$ 150 mil ao “Cacique do Bicho”. Durante as investigações, chegou-se a conclusão de que este cacique seria o coronel. A alcunha feria referência ao símbolo do DOF, uma Águia.

Sem investigações – Presidente do sindicato da categoria dos agentes socioeducativos, Lilian Fernandes afirma que a dispensa de Odenir “é uma perda” e defende que o agente “com mais de 15 anos de carreira” nunca foi investigado. Ela disse que o agente, antes da Unei Dom Bosco, a maior do estado, comandava a segunda em número de internos, a Unei de Dourados.

Troca-troca – Odenir assumiu o cargo no final de janeiro depois da dispensa do então diretor Odair Marcelo Gomes Selles, que saiu pouco mais de um mês depois da fuga de 27 adolescentes no fim no dia 16 de dezembro de 2019,  quando os adolescentes fizeram motim, renderam agente de segurança socioeducativa e 27 deles fugiram.

A reportagem entrou em contato com a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), por meio da assessoria de imprensa, e aguarda resposta.

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