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Capital

Conselho recorre ao MPE após o fim da obrigação de piso tátil em calçadas

Entidade buscará mediação para tentar reverter decreto que, no fim de junho, desobrigou instalação de sinalização especial

Humberto Marques | 03/07/2019 16:37
Conselho recorre ao MPE após o fim da obrigação de piso tátil em calçadas

Dirigentes do Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência pretendem se reunir nesta quinta-feira (4) com representantes da 67ª Promotoria de Justiça do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para discutir o decreto baixado pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD) que alterou as regras sobre calçadas em Campo Grande, retirando a obrigatoriedade da instalação do piso tátil –utilizado como trajeto pelos deficientes visuais.

A mudança, em vigor desde 27 de junho, autoriza a substituição da estrutura por linhas-guia –basicamente quaisquer referências para circulação, como corrimões e muros– quando estas existirem. Ao mesmo tempo, o Paço Municipal suspendeu a aplicação de multas pela ausência do piso tátil, exigido há cerca de uma década em obras novas da Capital.

A Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) argumenta que a mudança adequa a legislação local às normas mais recentes da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) sobre sinalização para deficientes visuais. A entidade, por sua vez, havia informado ao Campo Grande News que a lei deve se adequar, mas não se limitar, ao que preveem suas normativas.

“Queremos dialogar e pedir ajuda, para que chamem o prefeito e os responsáveis para dialogar, mesmo que eles estejam embasados pela lei”, afirmou Márcio Ramos, presidente do Ismac (Instituto Sul-Mato-Grossense para Cegos Florisvaldo Vargas) e integrante do conselho, segundo quem a mudança na legislação foi discutida com a entidade ao longo de meses, porém, sempre com o posicionamento de que o piso tátil é necessário. A intenção apresentada naquele momento seria o de manter a sinalização especial nas esquinas.

Ramos considera que há espaço para rever o decreto e reintroduzir a obrigatoriedade do piso tátil. Segundo ele, em 2018, após o início das obras do Reviva Campo Grande, o trajeto especial não havia sido instalado. “Seria também nas esquinas, apenas, mas foi feito pressão e a prefeitura decidiu colocar”, afirmou.

O presidente do Ismac afirma ter garantias da gestão de Marquinhos Trad que a estrutura estará presente nas obras públicas. “O que ocorre é que deixa de ser obrigatório e, se a prefeitura não assumir a responsabilidade por todas as calçadas de Campo Grande, que seria melhor para todo mundo, padronizaria. Mas não acreditamos que as pessoas vão manter. Se a obra da prefeitura poderá haver, mas e quando não for? Essa é a grande questão”, sinalizou.

O tema, embora discutido há anos, é controverso, gerando situações inusitadas –desde uma calçada no Parque dos Poderes construída com o piso tátil em zigue-zague, que precisou ser refeita, até obras do Reviva Campo Grande que demandaram a mudança de postes de lugar para receber o caminho especial adequadamente.

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