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Capital

“Contador” e dono de garagem que lavava dinheiro ficam presos

Na operação Status, a PF recolheu todos os veículos à venda na JV Motors

Aline dos Santos | 02/10/2020 08:31
JV Motors, localizada na Avenida Salgado Filho, integra esquema de lavagem de dinheiro. (Foto: Henrique Kawaminami)
JV Motors, localizada na Avenida Salgado Filho, integra esquema de lavagem de dinheiro. (Foto: Henrique Kawaminami)

A Justiça Federal de Campo Grande negou pedidos para revogar as prisões preventivas de Alexandre Lima Vilhanueva e Slane Chagas, alvos em 11 de setembro da operação Status.

De acordo com a investigação, Alexandre ocupa a posição de principal gerente financeiro do grupo criminoso e era uma espécie de contador do Clã Morinigo, líder da quadrilha ligada ao tráfico de cocaína. A operação da PF (Polícia Federal) e Receita Federal foi centrada no crime de lavagem de dinheiro.

Responsável pela gestão dos gastos, Alexandre também figura como “laranja”, ocultando bens e valores da família Morinigo. Foi identificado que ele e Slane Chagas, proprietários da JV Motors, loja de revendas de carros em Campo  Grande, têm patrimônio incompatível com a renda.

O empresário Slane Chagas é citado como um dos principais envolvidos nos atos de lavagem de dinheiro. Ele intermediava a venda e a transferência de veículos que seriam ligados ao esquema coordenado por Jefferson Morinigo, além de ações para ocultar o capital obtido por meio do tráfico de drogas.

Perfil no Twitter de Slane Chagas, que foi preso em 11 de setembro em operaçao da Polícia Federal.
Perfil no Twitter de Slane Chagas, que foi preso em 11 de setembro em operaçao da Polícia Federal.

Chagas também foi gerente da JKGM Veículos, também conhecida como Classe A Motors em Campo Grande, que pertencia aos Morinigo. Com o encerramento da empresa em MS, foi aberta a JV Motors em nome de Chagas, que seria do patrimônio do clã.

No dia da operação, a JV Motors, localizada na Avenida Salgado Filho, teve todos os carros apreendidos pela PF, que esvaziou o pátio da loja.

Ao pedir a revogação das prisões, as defesas alegaram que Alexandre e Slane têm bons antecedentes, residência fixa e trabalho lícito. Os pedidos foram negados pelo juiz da 5ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, Dalton Igor Kita Conrado.

A Status foi realizada em parceria com a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai, local onde o Clã Morinigo foi preso.



Ao todo, foram sequestrados R$ 230 milhões, sendo dez imóveis em território paraguaio avaliados em R$ 150 milhões.

O esquema criminoso investigado tinha como ponto principal a lavagem de dinheiro do tráfico de cocaína, por meio de empresas de “laranjas” e empresas de fachada, como  construtoras, administradoras de imóveis e garagens de veículos de luxo.  A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos presos.

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