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Capital

Coronavírus passeia nas igrejas evangélicas, que já somam 3 mortes

São ao menos cinco casos e três mortes por covid-19 entre pastores de igrejas evangélicas

Izabela Sanchez e Aletheya Alves | 09/08/2020 12:32
Igreja El Shaddai, na Avenida Mato Grosso, ora pela recuperação de um dos pastores, internado com covid no HR (Foto: Marcos Maluf)
Igreja El Shaddai, na Avenida Mato Grosso, ora pela recuperação de um dos pastores, internado com covid no HR (Foto: Marcos Maluf)

O novo coronavírus indica passear livre nas igrejas evangélicas, autorizadas a funcionarem com cultos “limitados a 60%” na lotação. Do início da pandemia até agora, cinco pastores ficaram doentes com a covid-19 em Mato Grosso do Sul, quatro deles em Campo Grande e três faleceram.

Atualmente, está internado em estado grave um dos líderes religiosos da El Shaddai, o pastor Edilson Vicente da Silva. Lutando contra a doença no Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande, sensibilizou a comunidade da igreja, que faz peregrinação diária ao redor do hospital com orações pela recuperação de Edilson.

Nesta manhã o Campo Grande News visitou a El Shaddai, uma das maiores igrejas evangélicas da Capital, localizada na Avenida Mato Grosso. A reportagem chegou ao local pouco antes do início do culto deste domingo, marcado para as 9h. Com público esvaziado, poucas famílias se preparavam para a cerimônia.

Edilson é pai do vereador de Campo Grande Epaminondas Vicente Silva Neto, do SD, mais conhecido como Papy, que também testou positivo para a doença.

A filha de Edilson, pastora Dilseany Jandre, disse que não há mais pastores diagnosticados com covid. “Graças a Deus”, disse ela.  A pastora comentou que o pai está entubado em leito crítico de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas que ontem a equipe médica indicou melhora no quadro. “Ele está reagindo bem aos medicamentos”, comentou a pastora.

Conforme apurou o Campo Grande News, a comunidade religiosa do El Shaddai reúne mais de 2 mil pessoas. Nas grades do HR, as orações pelo pastor internado duram cerca de 1h e intercalam turnos com voluntários.

Um dos pastores da Igreja Morada, Antônio Carlos faleceu em julho (Foto: Divulgação)
Um dos pastores da Igreja Morada, Antônio Carlos faleceu em julho (Foto: Divulgação)

Julho letal – A data dos óbitos de líderes de igrejas evangélicas parecem indicar que as infecções nas igrejas acompanham o ritmo desenfreado da covid-19 em Mato Grosso do Sul, que ficou acelerada em julho. Os três pastores faleceram em diferentes datas do mês.

Hoje, com 509 mortes confirmadas segundo a secretaria estadual de saúde, o estado lidera a curva nacional pela primeira vez desde março. Trata-se de um aumento de 36% em apenas 15 dias, conforme destacou matéria do O Globo.

As taxas de isolamento mostram que não há nada que sensibilize a população de Campo Grande, que mesmo quando pode, não fica em casa. Com índice de 37,20% na taxa de isolamento, a cidade ficou em 4º lugar entre os piores índices do País no sábado (8), véspera do Dia dos Pais. O sistema registrou bairro com adesão de apenas 19,20% ao isolamento social, menor que em dia útil.

 O descaso ocorre de norte a sul da Capital, em ricos e pobres, já que a taxa coloca o Carandá Bosque, considerado “bairro nobre” pela renda dos moradores, com uma das menores taxas: apenas 23% ficaram em casa no sábado.

Na Assembleia de Deus Missões, na Vila Nasser, a reportagem conversou com  o pastor Valmir Rodrigues de Lima, 55, que comentou não ter casos da covid na igreja.

Apesar disso, a organização do templo decidiu que um dos pastores, parte do chamado grupo de risco, deveria ficar afastado para não correr riscos. Ele disse ser contrário às aglomerações.

“Idoso e criança também recomendamos que não venham, temos visto a complicação. Vi os pastores de outras igrejas que estão infectados e foi noticiado. Dá um medo sim, temos contato com muita gente e a igreja não fica a parte do mundo. A doença não escolhe lugar, então é complicado sim”, afirma.

O Campo Grande News também procurou o Conselho de Pastores, organização que une parte dos líderes evangélicos em Mato Grosso do Sul, mas não conseguiu contato com o presidente e o vice-presidente da associação.

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