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De muita fé, Balu deixou a família aos 43, mas marcou as filhas para sempre

Ele perdeu a luta contra a covid-19 em 26 de março, após internação no Hospital Regional

Lucia Morel | 13/04/2021 07:18
De muita fé, Balu deixou a família aos 43, mas marcou as filhas para sempre
Flávio pedalando por aí. (Foto: Arquivo da Família)

“Hoje, recordando do meu pai, vem muito a figura dele com a igreja. Vejo também a figura de um marido, um pai e um filho sempre muito presente”. A lembrança de Eduarda Duarti Cacho, 22 anos, tem nome: Flávio da Costa Cacho, 43 anos, pai dela.

Ele perdeu a luta contra a covid-19 em 26 de março, quando o óbito foi confirmado no Hospital Regional. De lá para cá, a família que ele sustentava se vira como pode e tem o apoio da empresa onde ele trabalhou por anos.

Amado e querido por colegas e amigos, Balu, como Flávio era chamado, virou lembrança boa, de alegria e entusiasmo com a vida. “Meu pai era uma pessoa que não tinha tempo ruim, não o via triste, estava sempre sorrindo. Essa é a lembrança dele, alguém feliz, sorridente que colocava todo mundo pra cima”, relata a filha.

Pedagoga, Eduarda conta que horas antes do pai ser intubado, a esperança era de vê-lo se recuperar e que, inclusive ele, mesmo com medo, tentava mostrar tranquilidade. “Nossa última conversa foi antes dele intubar, ele dizia que ia ficar bem e que intubar era pro bem dele. Também disse que nos amava. Ele falou querendo nos passar tranquilidade, mas senti qye a voz dele era de medo”, contou.

De muita fé, Balu deixou a família aos 43, mas marcou as filhas para sempre
Família reunida na igreja. (Foto: Arquivo da Família)

Para ela, mesmo o pai sendo obeso, a morte pela doença talvez seja explicada porque ele pode ter se infectado com a variante P1, “tem muita gente jovem morrendo”, lamentou, lembrando que Flávio era ciclista e pedalava com frequência.

Religiosidade – Eduarda enaltece a fé do pai, que “deu a vida pela igreja nos últimos dez anos”. Para ela e sua irmã, de apenas 9 anos, esse é o legado deixado por Flávio, que “fazia o máximo pelo próximo” e se doava como podia.

Em casa, segundo ela, os dias têm sido difíceis, porque ela, a irmã e a mãe dependiam do pai para tudo. Eram também muito unidos. “É difícil voltar a rotina”, sustenta.

A empresa onde Flávio trabalhava, a Capital Rolamentos, se comprometeu a até o fim de 2021, ajudar a família financeiramente pagando as comissões que o pai receberia pelas vendas. “É uma ajuda e tanto. Mesmo eu trabalhando, o alicerce era meu pai, ele   quem supria”, revela.

Por fim, Eduarda enaltece o trabalho dos profissionais de saúde que cuidaram de Flávio no Hospital Regional, que “com certeza eles fazem a diferença para todos. E a gente é muito grata por tudo que fizeram pelo meu pai”.

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