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Capital

Decisão judicial põe fim a greve, mas visitas em presídio têm restrições

Só dinheiro, cigarro e remédio entraram no estabelecimento nesta manhã

Geisy Garnes e Bruna Kaspary | 21/10/2017 11:53
No fim desta manhã, cerca de 40 mulheres esperavam para entrar no presídio (Foto: André Bittar)
No fim desta manhã, cerca de 40 mulheres esperavam para entrar no presídio (Foto: André Bittar)

Com o fim da greve dos agentes penitenciários, as visitas no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima de Campo Grande, neste sábado (21) aconteceram normalmente, mas com algumas restrições. Para conseguir ver os internos, as famílias precisaram deixar pratos de comida e todo o material de higiene que compraram.

No fim desta manhã, cerca de 40 mulheres ainda esperavam para ver maridos e filhos. Na fila, elas contaram que precisaram deixar todos os alimentos e também materiais de higiene que levaram em uma conveniência, que fica em frente ao presídio. Só dinheiro, cigarro e remédio entraram no estabelecimento nesta manhã.

A esposa de um dos detentos, uma mulher de 26 anos, que preferiu não se identificar, contou ao Campo Grande News que a informação até está sexta-feira (20) era de que as visitas não aconteceriam. Ainda assim, todas se reuniram em frente à Máxima.

A visita foi liberada, mas nenhum tipo de alimento, ou material de higiene poderia ser entregue aos presos. “Eu acho que pelo menos a higiene intima deles tinha que deixar. Pelo menos desodorante e sabonete”, afirmou.

Mulheres precisaram deixar alimentos para conseguirem entrar na unidade (Foto: André Bittar)
Mulheres precisaram deixar alimentos para conseguirem entrar na unidade (Foto: André Bittar)

Deixando o arroz carreteiro, bolo e pão que preparou para trás, a mãe de um dos internos entrou para ver o filho. Antes disso, no entanto, ela contou que o rapaz foi preso por tráfico de drogas e roubo, e chegou a ficar 15 dias sem banho de sol quando chegou a Máxima. “Me disseram que podia trazer, fiz carreteira, bolo, pão, tanto carinho, mas não pode entrar”, lamentou.

Além do banquete, a mulher levou remédios e sabonete anti-sarna para ajudar no tratamento do filho, que segundo ela sofre de pneumonia e sarna, que adquiriu dentro do presídio.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul (Sinsap/MS), André Luiz Garcia Santiago, a suspensão da entrada de alimento é consequência da falta de agente penitenciários na unidade.

A paralisação começou na segunda-feira (16) e terminou nesta sexta-feira (20) (Foto: Marina Pacheco)
A paralisação começou na segunda-feira (16) e terminou nesta sexta-feira (20) (Foto: Marina Pacheco)

Suspensão da greve – A paralisação dos agentes penitenciários em todo Mato Grosso do Sul foi encerrada nesta sexta-feira (20) após uma decisão do juiz Caio Márcio de Britto, titular da 1ª Vara de Execução Penal, tornando a greve ilegal.

Na decisão, o juiz ainda requisitou ao Comando-Geral da Polícia Militar contingente hábil e eficaz a garantir a ordem nos presídios de Campo Grande.

Em nota, o Sinsap alegou que a decisão imputa multa diária de R$ 500 para cada servidor penitenciário e por isso decidiu suspender o movimento. “Queremos deixar claro que essa decisão não nasceu da nossa vontade pessoal, as inúmeras decisões judiciais que sobrevieram sobre o Sindicato não fator de decisão, mas as ações contra os servidores penitenciários não nos deixou outra alternativa”.

Caso a ordem para o fim da paralisação fosse descumprida, o juiz determinou que a prisão por crime de incitação à subversão da ordem política ou social do presidente do sindicato, André Santiago.

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