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Capital

Defesa faz última tentativa de invalidar provas contra réu por matar “Grazi”

Nas alegações finais, o advogado Thiago Andrade Sirahata também pede que Rômulo Rodrigues Dias seja solto

Anahi Zurutuza | 16/10/2020 11:43
Rômulo Rodrigues Dias participou de audiência e ficou em silêncio sobre a acusação (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Rômulo Rodrigues Dias participou de audiência e ficou em silêncio sobre a acusação (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

Numa última tentativa de “depenar” o conjunto de evidências que pesam contra Rômulo Rodrigues Dias, réu por matar Graziela Pinheiro Rubiano, de 36 anos, a defesa do acusado reforçou pedido de anulação dos depoimentos prestados pelo cliente à polícia e de todas as provas levantadas a partir do que foi dito por ele. Nas alegações finais, fase da ação penal por homicídio anterior à decisão do juiz de mandar ou não o réu a júri popular, o advogado Thiago Andrade Sirahata também pede que Rômulo seja solto, para responder ao processo em liberdade.

A defesa alega que Rômulo foi ouvido sem a presença de um advogado e, nas duas vezes que deu sua versão sobre o desaparecimento da ex-companheira à polícia, não lhe foi informado que tinha o direito de permanecer em silêncio. Argumenta ainda que o cliente não sabia que estava sendo gravado.

“Resta cristalino, assim, que a ausência do aviso de seus direitos em suas oitivas, inclusive já estando preso, o prejudicou, pois, em seu nervosismo, pode ter, talvez, produzido prova contra si mesmo ao se ter se confundido entre datas e horários”, sustenta o advogado.

O defensor insiste na tese de que Graziela está viva, sem dar nenhum sinal desde 5 e abril deste ano, uma vez que até agora não foi encontrado corpo. “Neste passo, é imperioso ressaltar que a investigação, desde o início, buscou angariar indícios de um homicídio, sem, contudo, buscar provas sobre o desaparecimento da ex-companheira do acusado, o que poderia ter mudado o rumo das investigações”.

Na peça, a defesa ainda informa em quais bancos a suposta vítima tinha contas para que seja feito o rastreamento que já havia sido autorizado pelo juiz do caso, Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

Graziela Rubiano, de 36 anos, sumiu em abril deste ano, em Campo Grande (Foto: Reprodução do Facebook)
Graziela Rubiano, de 36 anos, sumiu em abril deste ano, em Campo Grande (Foto: Reprodução do Facebook)

O crime, segundo a polícia - “Grazi” desapareceu há cinco meses e meio. Para a Polícia Civil, Rômulo assassinou a esposa, a esquartejou usando os conhecimentos obtidos em Enfermagem, e sumiu com o cadáver. Os dois faziam o mesmo curso.

Segundo testemunhas, Rômulo agiu normalmente após o sumiço de Graziela, inclusive indo trabalhar, e contou às pessoas que ela havia ido embora de Campo Grande depois de ele ter descoberto relacionamento com uma mulher.

O desaparecimento de “Grazi” foi informado à Polícia Civil por amigas e não pelo marido.

Para a acusação, não há dúvida de que a mulher foi assassinada por Rômulo, com quem mantinha relacionamento conturbado do qual não conseguia se livrar. A descoberta de uma traição teria motivado o crime, na visão do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

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