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Capital

Delegado diz que professor abusou de alunos em sala de aula e pagou a vítima

Fábio Sampaio afirma que relatórios psicossociais e “conduta repetitiva” fomentaram pedido de prisão preventiva contra suspeito

Humberto Marques e Izabela Sanchez | 14/05/2018 18:27
Suspeito de estuprar pelo menos três alunos nega as acusações. (Foto: Izabela Sanchez)
Suspeito de estuprar pelo menos três alunos nega as acusações. (Foto: Izabela Sanchez)

O professor suspeito de ter estuprado três alunos em uma escola municipal na Vila Piratininga, sul de Campo Grande, cometeria os abusos dentro de sala de aula. Além disso, teria pago para uma das crianças e estabelecido um relacionamento mais profundo com outra vítima. As informações foram divulgadas pelo delegado Fábio Sampaio, da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), momentos depois da prisão do investigado –um homem de 59 anos.

O caso veio à tona em 7 de maio, mas era investigado desde março –quando famílias de dois garotos e uma aluna procuraram a Polícia Civil para relatar os abusos. Na sexta-feira (11) foi expedido o mandado de prisão, cumprido nesta segunda (14). Sampaio afirma que o professor vai responder por estupro de vulnerável por conta das três denúncias, que levaram a quatro outros possíveis casos, já sob investigação.

Segundo o delegado, os abusos, em maioria, ocorriam dentro de sala de aula: os relatos indicam que o suspeito se dirigia aos alunos que saíam por último para cometer os atos. Com um dos garotos teria se estabelecido uma relação descrita como “mais profunda”, com encontros fora da escola. Em outro caso, o professor teria pago à vítima.

A repetição das condutas descritas pelas crianças, destacou o delegado, motivou o pedido de prisão preventiva, acatado pela Justiça. Também reforçaram a ação os relatórios psicossociais de atendimento às vítimas.

“Os depoimentos das testemunhas, aliadas aos laudos e declarações são bastante harmoniosos”, disse Sampaio, ao explicar que, em geral, crimes sexuais são cometidos longes de testemunhas. “Então as palavras das vítimas, segundo o STF (Supremo Tribunal Federal), STJ (Superior Tribunal de Justiça) e tribunais do país inteiro têm grande credibilidade”, ponderou.

O delegado espera que, com a prisão e os relatos colhidos até aqui, outras possíveis vítimas se encorajem e denunciem eventuais abusos.

O caso – O professor da rede municipal é suspeito de ter estuprado pelo menos sete crianças com idades entre 11 e 13 anos. Ele prestou depoimento em 7 de maio à DEPCA, quando negou as acusações. Como não houve flagrante, ele foi liberado.

Relatos das vítimas indicam que os abusos aconteciam quando pediam algum tipo de orientação ao professor, que foi acusado de passar a mão nos alunos e fazer com que tocassem suas partes íntimas. Uma das crianças moraria próximo à sua casa, o que abriu brecha para abusos. Uma equipe psicossocial da Semed (Secretaria Municipal de Educação) foi mobilizada para atender às crianças

Indiciado nos três casos por estupro de vulnerável, o professor –que seria aposentado da rede estadual– acabou afastado pela Semed, que ainda abriu processo administrativos sobre o episódio. Ele atuaria há 20 anos na escola, período em que não houve outras suspeitas. Advogado do suspeito, Ronaldo Franco reiterou que seu cliente nega as acusações.

“Ele é professor aposentado do Estado. Ninguém vira pedófilo da noite para o dia, não tem meio termo”, pontuou Franco. O suspeito foi encaminhado para uma cela na Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) e, de lá, deve ser levado para o Presídio de Trânsito da Capital.

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