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Capital

Em julgamento, acusado de matar 2 e ferir 3 culpa comparsa que já morreu

O crime aconteceu em novembro de 2016, na Rua Corá, esquina com a Travessa Junce

Viviane Oliveira e Dayene Paz | 30/03/2022 10:47
Jean Carlos (de camisa branca e de máscara) sentado no banco dos réus, durante julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri (Foto: Dayene Paz)
Jean Carlos (de camisa branca e de máscara) sentado no banco dos réus, durante julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri (Foto: Dayene Paz)

Réu por matar a tiros duas pessoas e ferir outras três no Bairro Guanandi, em Campo Grande, Jean Carlos Rocha Martins, de 27 anos, senta no banco dos réus nesta quarta-feira (30). Ele chegou a confessar os assassinatos quando preso, mas no Tribunal do Júri hoje, colocou a culpa no comparsa, que foi assassinado em novembro do ano passado.

O crime  aconteceu no dia 6 de novembro de 2016, na Rua Corá, esquina com a Travessa Junce, atrás do quartel do Corpo de Bombeiros. Na ocasião, morreram: Alex Duarte Ferreira, de 17 anos, e Mikael Vinicius Godoy Rolon, de 22 anos. Dois dos três sobreviventes: Vitor Hugo Paredes da Silva e Romário da Costa Trindade foram ouvidos durante o julgamento.

Jean ficou cinco anos foragido e foi preso no ano passado em Nova Andradina durante uma batida policial. Ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, contou que era perseguido pelo grupo dos rapazes que morreram e no dia do crime disparou apenas contra Romário. Ele acusa o comparsa, Kelvy Gonçalves de Almeida, de 25 anos, conhecido como Pretinho, pela morte de Mikael e Alex.

Kelvy foi executado no dia 5 de novembro do ano passado, com pelo menos uma dezena de tiros, na Avenida Monte Castelo. Ele tinha 22 passagens pela polícia por furto e respondia por participação no duplo homicídio.

Interrogatório - Ao ser ouvido no julgamento, Jean contou detalhes sobre o dia do crime e alegou ter visto Mikael armado. No plenário, a família das vítimas acompanhava e acabou se manifestando. "Mentira, mentiroso, sem vergonha, assassino”, gritou a familiar. A mulher acabou retirada do plenário por um policial.

Jean negou que tinha qualquer rixa com as vítimas e que agiu depois do pai ser ameaçado. "Eles sempre me intimidavam, não entendia o motivo. Naquele dia, o Romário passou de moto intimidando meu pai com uma arma de fogo. Então a gente foi lá para conversar com o Romário, não tinha intenção de matar ninguém", disse.

No entanto, segundo Jean, Romário sacou uma arma, quando houve os disparos. O comparsa estava logo a frente e em sua versão, foi Pretinho quem atirou contra as vítimas.

Dia do crime - Ao Campo Grande News, Wanessa Aparecida, tia de Mikael Vinicius, contou que no dia do duplo homicídio acontecia um chá de bebê na casa dela, quando o sobrinho que dava bolo para a filha saiu.

“Questão de 3 minutos escutei os tiros. Ainda gritei: Vinicius. Ele tinha acabado de sair. Saí correndo para rua e encontrei ele caído. Escutei os passos dos caras [os assassino] fugindo”, disse. Segundo a mulher, enquanto a vítima era socorrida chegou a dizer que o autor dos disparos era Jean.

“Espero que ele pegue uma pena de 50 anos, ele acabou com a vida de muita gente”, desabafou Wanessa. Mikael Vinicius deixou uma filha pequena. O resultado do júri será divulgado no período da tarde. Atua na acusação o promotor Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos e na defesa Wilson Carlos de Godoy.

Prisão - Dois dias após o crime no Guanandi, Jean Carlos se entregou à polícia, mas foi liberado para responder em liberdade. Dias depois foi expedido mandado de prisão preventiva, mas Jean havia fugido para o interior do Estado.

Os disparos atingiram também um adolescente de 16 e um homem de 22 anos, que foram socorridos e ficaram dias internados. Durante a fuga do crime, Jean também agrediu um menino de 13 anos, com coronhadas.




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