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Capital

Empresa lacrada na Omertà ficará mais duas semanas sem sorteios

Desembargadora deu prazo de 15 dias para defesa "consertar" pedido de reativação da Pantanal Cap antes de tomar decisão

Anahi Zurutuza e Marta Ferreira | 07/12/2020 10:31
Garras e Gaeco lacraram a Pantanal Cap no dia 2 de dezembro (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Garras e Gaeco lacraram a Pantanal Cap no dia 2 de dezembro (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

A Pantanal Cap, interditada por determinação judicial no dia 2 deste mês, ficará por pelo menos mais duas semanas sem sortear prêmios. Dois dias após ser alvo da sexta fase da Operação Omertà, a empresa sofreu a segunda derrota na Justiça, em mais uma tentativa de ter autorização para voltar a funcionar.

O último título foi vendido a R$ 20. Segundo clientes, havia promessa era sortear carro 0 km e uma casa no valor de R$ 200 mil. Na semana passada, a Pantanal Cap pediu paciência aos compradores dos bilhetes. Se o sorteio não for remarcado, os valores investidos serão devolvidos.

Na página da internet, Pantanal Cap informa que está fechada para quem tenta comprar bilhete (Foto: Reprodução)
Na página da internet, Pantanal Cap informa que está fechada para quem tenta comprar bilhete (Foto: Reprodução)

Na Justiça - A empresa tentou reverter a decisão que determinou a suspensão das atividades no mesmo em que foi lacrada, na semana passada. Mas, o desembargador Ruy Celso Barbosa Florence entendeu que a demanda não era caso para ser tratado no plantão judicial.

Na sexta-feira (4), a desembargadora Elizabeth Anache, da 2ª Seção Criminal, deu prazo de 15 dias para que a defesa da Fena Consultoria e Assessoria Empresarial Ltda, que pertence ao deputado Jamilson Name e lucra com os títulos da Pantanal Cap, faça “ajustes” no pedido de reabertura.

Para a magistrada, a petição está incompleta. Ela informa que, por exemplo, a defesa não anexou documentos que motivaram a investigação contra a empresa para que ela possa analisar as circunstâncias “fáticas e jurídicas” da decretação do lacre.

Ela anota que contrato da Fena Consultoria para a distribuição dos títulos de capitalização é datado de 3 de agosto de 2020 e tem vigência de três meses. Ou seja, venceu em novembro e não foi anexado aos autos “documentação acerca do termo de aditivo de prorrogação contratual”.

A desembargadora registrou ainda que a defesa da empresa não prova com documentos quantos funcionários tiram o sustento da Pantanal Cap.

Por fim, Elizabeth Anache ressalta que advogados sequer fizeram referência à decisão judicial que determinou o fechamento da Pantanal Cap. “Desse modo, em caráter excepcional, não obstante necessidade de prova pré-constituída no mandamus, determino, por questão de economia processual, a intimação da impetrante para emende a inicial e corrija o ato coator, colacionando aos autos, no prazo de 15 dias”

A operação – Batizada de Arca de Noé – em referência ao jogo do bicho, ilegal no Brasil –, a sexta fase da Omertà além de lacrar a Pantanal Cap, teve o objetivo de cumprir 13 mandados de prisão preventiva e 17 mandados de busca.

A pedido da força-terefa, do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), a Justiça também determinou bloqueio de R$ 18 milhões nas contas dos investigados.

As infrações penais apuradas nesta fase referem-se a organização criminosa, exploração de jogo do bicho e lavagem de dinheiro. A Pantanal Cap seria empresa usada pela família Name para operar a loteria ilegal.

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