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Capital

Entre lembranças e a missão de salvar vidas, Pelicanos comemoram 54 anos

Paula Vitorino | 09/12/2011 14:26

Solenidade nesta manhã comemorou o aniversário do Esquadrão Pelicano e reuniu antigos e atuais militares

Pelicanos em missão de resgate. (Foto: Divulgação)
Pelicanos em missão de resgate. (Foto: Divulgação)

Comemorando 54 anos, o Esquadrão Pelicano da Força Aérea reuniu atuais e antigos integrantes durante solenidade nesta manhã. Entre os sentimentos dos ex pelicanos, está a saudade de estar em missão e salvar vidas.

“A cada momento que a gente vê um avião em busca pela televisão dá uma emoção muito grande. Lembro de quando estava lá, é como se fosse uma continuidade do nosso trabalho”, diz o pelicano por 19 anos, Valêncio Ramos, de 54 anos, que está há 12 anos fora do Esquadrão.

Entre as missões que participou, ele diz que todas foram importantes, mas lembra principalmente do boing da Varig que caiu na Amazônia, em 1989.

“Foi uma missão difícil, ficamos cerca de 20 dias fora no resgate. Apesar do desastre, algumas pessoas conseguiram sobreviver”, lembra.

Valêncio conta que a busca em matas fechadas contava apenas com o auxílio de uma bússola magnética e os olhos dos militares para encontrar algo em meio a vegetação. Hoje, ele avalia que a tecnologia tem melhorado o trabalho dos pelicanos, mas que a visão dos militares continua sendo uma arma valiosa.

“Hoje se a aeronave que caiu não tem equipamento de localização o pelicano vai depender mesmo da sua visão para encontrar os vestígios. Mas a tecnologia, o GPS, ajudou muito.

Realização - O pelicano em exercício, Francisco Orlando, diz que o trabalho do militar é salvar vidas e esse é justamente o maior prazer proporcionado pela profissão.

“Ver nos olhos de 1 sobrevivente a felicidade em ser resgatado não tem preço. Sabemos que em uma queda são poucos os sobreviventes, mas nossa missão é resgatar, nem que seja o corpo daquela vítima e proporcionar a família uma última despedida”, frisa.

Os 150 pelicanos trabalham em escala de plantão 24h durante todos os dias do ano. Eles estão sempre em prontidão para sair em alguma missão pelo país, com aeronave e malas preparadas. A base do Esquadrão está em Campo Grande desde 1984, quando foi transferida de Florianópolis.

Valêncio ressalta que os pelicanos acabam passando mais tempo com o Esquadrão do que com a família. O convívio entre os pelicanos é outra saudade.

“A gente cria laços de amizades fortes, estamos sempre unidos”, frisa.

Ele conta que o pelicano dedica sua vida para a missão e cada que sai para algum resgate se despede da família sem saber quando voltará.

Sobre o medo, os pelicanos esclarecem que existe todo um preparo psicológico e que a missão deles é enfrentar os ricos para salvar outras vidas.

Esquadrão - Os pelicanos contam com 8 aeronaves e ficam alojados na sede da Base Aérea de Campo Grande. Em 2013, o Esquadrão deve receber o reforço de novas aeronaves e a renovação da frota.

Os militares atuam exclusivamente na busca e salvamento de vítimas em locais de difícil acesso. Em Mato Grosso do Sul, os pelicanos são acionados principalmente para resgate de vítimas que sofreram picada de cobra na área do Pantanal.

Ao longo da atuação, o Esquadrão participou de mais de 3,2 mil operações reais, voando cerca de 30 mil horas e resgatando mais de 6 mil pessoas.

Autoridades prestigiam cerimônia na Base Aérea.
Autoridades prestigiam cerimônia na Base Aérea.
Homenagens marcaram cerimônia comemorativa aos 54 anso do Esquadrão Pelicano.
Homenagens marcaram cerimônia comemorativa aos 54 anso do Esquadrão Pelicano.
Formatura na Base Aérea de Campo Grande durante comemorações dos 54 anos do Esquadrão Pelicano
Formatura na Base Aérea de Campo Grande durante comemorações dos 54 anos do Esquadrão Pelicano
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