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Capital

Esperança na reabilitação, pacientes buscam centro especializado gratuito

Paula Maciulevicius | 17/01/2012 21:43

Jovem que teve perna amputada em acidente dá o primeiro passo para voltar a andar

Vítima de acidente de trânsito perdeu parte da perna e agora busca os primeiros passos para voltar a andar. (Foto: João Garrigó)
Vítima de acidente de trânsito perdeu parte da perna e agora busca os primeiros passos para voltar a andar. (Foto: João Garrigó)

Com a esperança de entrar se apoiando nos familiares e sair andando com as próprias pernas o jovem Eder Tulio Pereira Bezerra, 21 anos, adentrou o CER/APAE (Centro Especializado de Reabilitação).

Um dia após abrir as portas, uma parceria entre Governo Federal, Estadual e Prefeitura Municipal, para reabilitação gratuita de pacientes com lesão medular, sequelas de AVC, amputações, doenças musculares, mais de 40 pessoas já tinham passado por avaliação no Centro, a maioria delas vítimas de acidentes de trânsito.

Brincalhão, Eder encarou as primeiras instruções da fisioterapeuta de bom humor, algo fundamental para a reabilitação e que mostra a força de vontade mesmo diante do divisor de água na vida dele e dos pais, um acidente de trânsito em novembro do ano passado, que terminou com a perna esquerda de Eder amputada.

“Gostei muito do lugar, o cheiro é de novo. É bem interessante esse trabalho e o melhor é ser tudo 0800, a competência dos profissionais entusiasma”, diz o mais novo paciente.

Os pais de Eder, Kelly e Vilson transmitem uma tranquilidade quase indescritível, da fé que têm de que o filho sairá reabilitado. Dois meses após o acidente, a abertura do CER coincidiu com a procura por fisioterapeutas para Eder. De alta hospitalar e sem amparo, a família seguia uma verdadeira peregrinação em busca do melhor pelo filho.

“Você sai da Santa Casa e um abraço. Eu pago enfermeira já, mas e agora? E a fisioterapia? Estava desesperada até ontem e hoje ele já está aqui no atendimento”, conta a mãe, Kelly Ribeiro Pereira, 39 anos.

Recuperação do filho uniu casal separado há 10 anos. “É tudo fantástico. Eu só dizia está acontecendo, está acontecendo”. (Foto: João Garrigó)
Recuperação do filho uniu casal separado há 10 anos. “É tudo fantástico. Eu só dizia está acontecendo, está acontecendo”. (Foto: João Garrigó)

Ao entrar pela porta da frente, a sensação que os três tiveram foi de pisar com o pé direito num caminho de esperança. “É tudo fantástico, uma estrutura assim, de grande porte. Eu só dizia está acontecendo, está acontecendo”, relata a mãe.

O acidente uniu a família, mesmo o casal estar separado há 10 anos. Os mesmos pais que ouviram dos médicos uma semana após o acidente, que Eder perderia a perna, hoje escutam as orientações de uma equipe multiprofissional para que ele saia andando com o auxílio de uma perna mecânica o mais rápido possível.

“Aqui achamos aconchego. Eu sabia que vinha dificuldade e o Centro ampliou um monte de coisa para nós. Ele quer voltar a andar, a trabalhar. Ele já tinha terminado o tratamento na Santa Casa, diante disso a responsabilidade era nossa, de cuidar do nosso único filho de 21 anos que estuda, que trabalha.”, desabafa a mãe.

Na sala de fisioterapia, Eder não desviava a atenção do que a especialista orientava. Contraía o músculo das pernas, até a esquerda, onde foi amputada. “Isso, 10 segundos de contração no coto para trabalhar toda a musculatura”, dizia a fisioterapeuta e sem pensar duas vezes, o paciente obedecia.

Entre os planos e metas de tratamento, Eder segue o sonho. “Até o meio do ano eu quero andar, voltar a trabalhar, a nadar”.

Coordenador técnico do CER, Rodrigo Lucchesi descreve pelo lado profissional o que é ver os pacientes entrando. “Esperança, um brilho nos olhos é uma injeção de ânimo e esperança neles”, observa.

A agenda da semana toda já está tomada e os passos seguintes da parte técnica será de mapear os atendidos, traduzir em números os lesionados por arma de fogo, acidente de trânsito, até para se ter controle das marcas que a violência tem deixado ou as sequelas de uma doença.

Passo a passo - Ao chegar, o paciente será atendido primeiramente por um assistente social, depois passa pela triagem médica, de fisiotepeutas, psicólogos e fonoaudiólogos. Se a pessoa se encaixar no perfil o caso será estudado por toda equipe para então se formar um protocolo de atendimento e posteriormente o agendamento para iniciar a reabilitação.

O tempo de recuperação vai de acordo com o quadro de cada paciente. Mas o tratamento não para por aí. Dentro do CER o paciente que necessitar vai ter à disposição a oficina ortopédica que reduz de meses para cinco dias o tempo de receber perna mecânica e cadeira de rodas.

O Centro Especializado de Reabilitação abre às 7h30 desta segunda-feira, o contato é 3045-5005.

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