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Capital

Ex-agentes penitenciários afirmam que foram interceptados pela Polícia Federal

Aline dos Santos | 12/05/2011 13:05
Ex-agentes foram levados para a sede da Polícia Federal. (Foto: João Garrigó)
Ex-agentes foram levados para a sede da Polícia Federal. (Foto: João Garrigó)

Detidos após uma tumultuada entrevista coletiva na Justiça Federal, os dois ex-agentes do presídio federal de Campo Grande relatam que foram interceptados pela PF (Polícia Federal) quando estavam a caminho do escritório do advogado, nas imediações do Parque dos Poderes.

Yuri Mattos Carvalho relata que ele e Valdemir Ribeiro Albuquerque estavam em um Corsa Sedan, quando uma caminhonete prata descaracterizada, mas com sirene, fez sinal para que eles parassem.

Segundo Yuri, as pessoas se identificaram como policiais federais e estavam com colete com brasão da PF. Em seguida, os dois foram revistados. Um agente assumiu a direção do Corsa, levando Yuri como passageiro, e Waldemir foi levado na caminhonete até a superintendência da PF.

No local, ambos afirmam que se recusaram a entrar. Segundo Yuri, o grupo afirmou que se tratava de averiguação, sem detalhar o motivo da ação. A PF ainda não se manifestou sobre o fato relatado pelos ex-agentes penitenciários.

O episódio ocorreu minutos depois da entrevista com a corregedora do TRF 3 (Tribunal Regional Federal), Suzana Camargo. Três dos quatros agentes demitidos sob acusação de retirar documentos de dentro do presídio foram ao local e o clima ficou tenso.

Enquanto a desembargadora saiu em defesa do juiz federal Odilon de Oliveira, acusado pelos agentes demitidos de tentar extorquir um preso e permitir monitoramento de visitas intimas dos presos e conversas com advogados, os ex-agentes alegavam que a corregedora estava sendo enganada. A entrevista foi entrecortada por bate-boca acalorado.

Histórico - Há 3 anos, o Campo Grande News divulgou com exclusividade as denúncias dos agentes penitenciários. Em dezembro de 2008, vídeos foram apreendidos em casas de agentes. Os servidores fizeram a denúncia porque consideravam não haver justificativa oficial para a gravação realizada em ambiente não permitido pela legislação brasileira.

De início, o Depen (Departamento Penitenciário Nacional) negou a existência de qualquer gravação, alegando que os agentes criaram o fato para tentar barganhar reajuste salarial. Depois, o órgão confirmou que escutas foram feitas, mas a pedido do Ministério Público Federal.

A OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil) denunciou o assunto ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). Os dois órgãos arquivaram os pedidos de providências. Os agentes federais respondem a processo na justiça federal, o procedimento está sob sigilo.

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