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Capital

Ex-ministro e defensor de Jamilzinho insiste na tese "indício não é prova"

Nefi Cordeiro diz que jurados têm missão dificílima pela frente: "tenham coragem de ser juízes"

Silvia Frias e Anahi Zurutuza | 19/07/2023 16:44
Eugênio Malavasi (com papéis) dá lugar ao colega Nefi Cordeiro na defesa de Jamilzinho (Foto: Henrique Kawaminami)
Eugênio Malavasi (com papéis) dá lugar ao colega Nefi Cordeiro na defesa de Jamilzinho (Foto: Henrique Kawaminami)

Por cerca de 25 minutos, o advogado Nefi Cordeiro bateu na tecla de que indícios não são provas e, principalmente, elementos suficientes para condenação de réu. O ex-ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que atualmente advoga em favor de Jamil Name Filho, questionou a motivação e a conexão com o crime.

Logo no início, Cordeiro se voltou para Cristiane de Almeida Coutinho, advogada e mãe da vítima, dizendo que ninguém estava ali defendendo o crime. Ela balançou a cabeça em assertiva, de forma irônica. Aos jurados, avaliou que eles têm “missão dificílima", de examinarem as provas. “Juiz precisa ter coragem para condenar o criminoso, mas também precisa ter coragem para absolver, se a prova dos autos não demonstra o crime imputado”.

A exemplo dos outros advogados, a inexistência de provas é a principal estratégia da defesa. “Basta indícios para receber a denúncia, esses indícios foram admitidos, por isso estamos aqui hoje; o que vocês vão definir hoje não são mais indícios. Para condenar, exige-se prova para condenar”, disse Cordeiro.

A briga com o advogado Antônio Augusto Souza Coelho é desconsiderada como motivo para determinar a execução de ex-policial Paulo Roberto Teixeira Xavier. A alegação à acusação é que PX teria traído a confiança de Jamilzinho e passado a trabalhar com Coelho.


Cordeiro recorre a depoimento anterior de Coelho, que diz que, apesar dos problemas na negociação das terras, manteve relações cordiais. Também desqualifica a tese de Name teria considerado traição.

O ex-ministro diz que PX foi indicado para trabalhar com Antônio Augusto e, mesmo depois de mudar de trabalho, mantinha contato regular com Jamil Name. Cita que, no dia seguinte à morte de Matheus Coutinho, Xavier foi até a casa da família Name e recebeu R$ 10 mil como ajuda no funeral do estudante. “Quem quer matar não deixaria sair assim”.

Cordeiro continua: “está provado que ele determinou a realização desses crimes? Quais são os indícios? É só de um lado? Ou existes dos dois lados?”, perguntou. “Chegamos ao ponto de discutir porte de arma que não existe, cadê a arma? Não foi encontrada, é quase um absurdo”, avaliou.

“Não estamos julgando a vida dessas pessoas, se são boas ou más, não estamos julgando a Omertà”, referindo-se à operação que desencadeou as prisões de Jamil Name e Jamil Name Filho como chefes de organização criminosa. “Vocês têm que decidir se Jamil Name Filho mandou matar Matheus ou PX”.

Ao final da explanação, voltou a falar com os jurados. “Tenham coragem de serem juízes. Ainda que seja para condenar. Desde que existam prova que os deixem sem dúvida razoável. Não mídia, não pressão. Até como juízes sabe que terão repercussão social. Mas porque fazem exame do que é justo pela lei. Parabéns por esse esforço, façam justiça”.

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