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Capital

Família reclama de espera de três dias por liberação de corpo no Imol

Ramão de Lima, 42 anos, desapareceu no sábado (18) nas águas do Rio Anhanduí, entre Sidrolândia e Campo Grande

Kerolyn Araújo | 23/07/2020 11:00
Corpo de caçador aguarda liberação no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal). (Foto: Henrique Kawaminami)
Corpo de caçador aguarda liberação no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal). (Foto: Henrique Kawaminami)


O sofrimento da família de Ramão de Lima, 42 anos, que se iniciou no momento do desaparecimento do homem nas águas do Rio Anhanduí no último sábado (18), ainda se estende mesmo após o achado do corpo na manhã de ontem (22). Isso porque o raio-x, necessário para a liberação do cadáver do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) de Campo Grande, ainda não foi feito.

Ao Campo Grande News, a sobrinha de Ramão, Franthesca Lima Paes, 24 anos, contou que no Imol foi informada que o raio-x é feito somente em três dias da semana. "Não tem ninguém aqui para autorizar que o exame seja feito. O corpo só precisa passar pelo raio-x para que seja liberado, porém ele só é feito nas segundas, quartas e sábados", contou.

Segundo a sobrinha de Ramão, o corpo do tio chegou ao Imol por volta das 14h de ontem, dia em que o raio-x é feio. Porém, o exame não foi realizado e a família foi informada por servidores que o cadáver só será liberado para sepultamento no próximo domingo (26).


Franthesca Lima Paes, 24 anos, tenta a liberação do corpo do tio. (Foto: Henrique Kawaminami)
Franthesca Lima Paes, 24 anos, tenta a liberação do corpo do tio. (Foto: Henrique Kawaminami)


"O exame poderia ter sido feito ontem, mas não fizeram. Hoje, tem gente para fazer o raio-x, mas não tem a pessoa que autoriza o procedimento", explicou Franthesca.

No calor do momento, quase 20 familiares de Ramão saíram de Aquidauana, onde o caçador será sepultado, e vieram para Campo Grande aguardar os trâmites.

"Estávamos desde sábado dentro da mata procurando por ele. Já passou muito tempo, ficou quatro dias dentro da água. O sentimento é de revolta e descaso. A gente só espera por um raio-x. Se tivesse que pagar, nós pagaríamos, mas dependemos da boa vontade das pessoas", desabafou.

À reportagem, a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) informou que, devido ao estado de decomposição, o corpo precisou passar por pelo procedimento de congelamento, obedecendo os protocolos de biossegurança e sanitário para evitar contaminação.

Ainda segundo a Sejusp, esse procedimento terá duração de 48 horas e, só depois desse período, o corpo passará pela necropsia. A previsão é de que ele seja liberado até o próximo sábado (25).

O caso - O homem, natural de Anastácio, foi localizado às margens do rio pelas equipes de salvamento do Corpo de Bombeiros da Capital e Sidrolândia, pouco antes das 7h de ontem.

Ramão caçava javalis com o amigo Paulo Sérgio Rittes de Oliveira, 51 anos, às margens do rio. Para a polícia, Paulo contou que precisou se separar do amigo depois que os cachorros que rastreavam a caça correram para direções opostas.

Em depoimento, disse que viu os javalis do outro lado do rio e resolveu atravessar a nado. Entrou na água primeiro e só quando chegou às margens, percebeu que o amigo não o seguiu. Retornou para procurar Ramão, mas não o encontrou. Por isso, voltou até o carro e ligou para Corpo de Bombeiros.



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