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Capital

Famílias contabilizam os prejuízos deixados pelo temporal de ontem

Fernanda França e Ana Maria Assis | 07/01/2011 09:54
Carrinho de cachorro quente de dona Francisca ficou em meio aos destroços. (Foto: Simão Nogueira).
Carrinho de cachorro quente de dona Francisca ficou em meio aos destroços. (Foto: Simão Nogueira).

O forte temporal que caiu ontem por cerca de duas horas em Campo Grande deixou um rastro de destruição na vida de quatro famílias que moram em um terreno na rua Japão, atrás do shopping norte Sul Plaza, na região Sul da cidade.

No local, um barraco desmoronou, um ficou destelhado e uma terceira residência de alvenaria teve o banheiro destruído e ficou completamente rachada. Ali, 11 pessoas foram diretamente afetadas com a força da água.

O carrinho de cachorro quente de uma das moradoras ficou parcialmente enterrado na lama. Um veículo Corcel II, de cor branca, boiou e também foi parar no terreno onde estas famílias vivem há anos.

O barraco que desmoronou era de dona Maria Guimarães da Silva, de 65 anos, que morava com um neto de 18. Ao perceber a intensidade da chuva, ela foi se abrigar na casa de um filho, que mora em uma casa de alvenaria, no mesmo lote.

Dona Maria calcula os estragos depois da queda de sua casa. (Foto: Simão Nogueira).
Dona Maria calcula os estragos depois da queda de sua casa. (Foto: Simão Nogueira).

Logo, foi avisada que seu barraco estava desmoronando. Tentou salvar alguma coisa, mas só conseguiu tirar de sua residência um chinelo e uma TV. Quando tentou retornar para pegar mais objetos, a casa já estava no chão.

Dona Maria morava neste barraco há 30 anos. Quando a tempestade terminou, ela viu todos os seus objetos e os de seu neto, Luciano Guimarães da Silva, misturados com a lama.

“Eu estava trabalhando. Cheguei aqui e estava tudo arrasado. Agora não temos para onde ir”, lamentou.

O Corcel II que estava estacionado em frente ao lote boiou e seus destroços ficaram misturados aos objetos de dona Maria, em meio à lama.

Antes de chegar ao local onde o barraco veio ao chão, o carro boiou pelo quintal de dona Francisca Manacá, de 43 anos. Ela é dona do carrinho de cachorro quente que ficou parcialmente enterrado na lama, e que ela utiliza para sobreviver.

Ela também viu troncos de árvore boiando pelo terreno. “Poderia ter matado um de nós, mas graças a Deus estamos todos bem”, descreveu.

Um pedaço de telha chegou a cair na cabeça de uma criança, moradora de uma das casas, mas ela não se feriu.

Sem drenagem

Os moradores deste lote na rua Japão reclamam da construção do Shopping, obra que segundo eles não levou em conta a necessidade de drenagem.

De acordo com dona Francisca Manacá, a maioria dos moradores deste terreno está lá há anos, e nunca foram atingidos pelos temporais. Isso só começou a acontecer depois da construção do muro de arrimo do Shopping.

“Agora a água não tem mais pra onde correr, fica toda parada aqui”, detalhou.

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